CRÉDITO: ALLAN SIEBER_2023
A era da pilhagem
Sob Bolsonaro, até a corrupção se tornou mais primitiva, mas o maior crime é outro
Fernando de Barros e Silva | Edição 204, Setembro 2023
A ideia talvez seja um pouco extravagante, mas, quando olhamos para os grandes escândalos de corrupção no Brasil das últimas décadas, podemos observar certa homologia entre cada um deles e a identidade dos governos que os patrocinaram. É como se a modalidade do desfalque (comprovado ou suposto) exprimisse ou revelasse a fisionomia e a vocação histórica de cada governo e/ou governante. É claro que isso não vale como regra geral nem constitui um padrão que possa ser aplicado indiscriminadamente. Mas vejamos.
O reinado de FHC foi atormentado pela privataria – neologismo que combina privatização e pirataria, forjado até onde se sabe pelo jornalista Elio Gaspari. No governo dos intelectuais-banqueiros, ou dos intelectuais amigos de banqueiros e vice-versa, os escândalos eram sofisticados e impenetráveis, associados ao mundo fluído das finanças e das transações vaporosas, de difícil entendimento e apreensão.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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