CRÉDITO: ANDRÉS SANDOVAL_2023
Aldeia de concreto
Em Florianópolis, indígenas vivem em terminal de ônibus
Maurício Frighetto | Edição 206, Novembro 2023
Sentada no sofá, Jussimara de Oliveira, de 42 anos, trança tiras de bambu, com mãos hábeis, para produzir um cesto. É um domingo chuvoso de outubro e seu companheiro, Elizandro de Lima, de 40 anos, assiste à tevê, enquanto os dois filhos do casal brincam em um dos dois quartos da casa erguida com paredes de tapume e coberta por teto de lona. “Me sinto bem aqui. Mas poderia ser bem melhor, é tudo improvisado”, diz Oliveira. Ela e seu parceiro são indígenas do povo Kaingang.
A família é uma das treze que ocupam o Terminal de Integração do Saco dos Limões (Tisac), em Florianópolis. Desativado em 2005, a antiga parada de ônibus municipais fica perto do Centro da cidade. Tem cerca de 100 metros de comprimento, 12 metros de largura, pé-direito alto e abriga em torno de 100 indígenas, incluindo cerca de 20 crianças.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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