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    CRÉDITO: ANDRÉS SANDOVAL_2023

esquina

Montando um artista

A carreira ímpar de Luiz 83, das pichações ao museu

Tatiane de Assis | Edição 206, Novembro 2023

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Em uma manhã de agosto, Luiz dos Santos retirava seus quadros da parede de uma galeria de São Paulo. Negro, 1,83 metro de altura, ele vestia uma calça de moletom e uma camiseta de algodão – roupas confortáveis, apropriadas para esta que é a atividade menos glamourosa da vida artística: a desmontagem de uma exposição. “Para mim, isso é coisa rápida”, diz ele. Críticos, curadores e galeristas de São Paulo talvez não o conheçam como Luiz dos Santos, mas certamente acompanham atentamente as obras assinadas por Luiz 83. O nome artístico refere-se a 1983, ano de seu nascimento.

Divididos em três séries, os 24 trabalhos, que Luiz 83 embrulhou cuidadosamente em plástico bolha há três meses, são bem representativos de sua obra singular. São desenhos a guache ou nanquim sobre papel, de pequenas dimensões (a maior delas tinha 23,5 cm de comprimento por 32 cm de altura), nos quais o artista retorce, estica ou fragmenta letras do alfabeto. Sete esculturas – três em fibra de vidro, pintadas com tinta automotiva azul, e quatro em bronze, com banho de pátina cinza – completavam a exposição intitulada Síntese da forma.

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