O anjo caído (detalhe), de Alexandre Cabanel: a ideia de que eleitores de extrema direita defendem privilégios é politicamente ruim, pois coloca no mesmo nível quem se beneficia da ordem econômica e quem vive em situação de precariedade social CRÉDITO: O ANJO CAÍDO (DETALHE)_1847_ALEXANDRE CABANEL (1823-89)_SIGNAL PHOTOS_ALAMY_FOTOARENA
Ressentimento não explica atração da extrema direita
Para Vladimir Safatle, análise psicológica do fenômeno só serve para mascarar a impotência da esquerda
O professor de filosofia Vladimir Safatle reflete na edição deste mês da piauí sobre os limites da psicologia para explicar a ascensão da extrema direita, recorrendo a conceitos como “ressentimento”, “pulsão de morte”, “paranoia”, “regressão” e “sadismo”.
“O que realmente explicamos quando dizemos que pessoas envolvidas em ataques terroristas são impulsionadas pela pulsão de morte? Ou que políticos indiferentes às mortes da pandemia são sádicos?”, ele pergunta. “Ou que eleitores de Donald Trump, Jair Bolsonaro e companhia são ressentidos?”
Para Safatle, a leitura psicológica e moral de demandas sociais serve muito mais para esconder a impotência das políticas progressistas do que explicar as reais motivações que levam parte dos trabalhadores e grupos precarizados a se converterem à extrema direita.
Assinantes da revista podem ler a íntegra do texto neste link.
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