CRÉDITO: ANDRÉS SANDOVAL_2023
Rainha da ciranda
Escolas de samba festejam os 80 anos de Lia de Itamaracá
Maria Júlia Vieira | Edição 208, Janeiro 2024
A ciranda anima vários festejos Brasil afora. Mas o estado com maior tradição na dança de roda – provavelmente de origem portuguesa – é Pernambuco. Ali, seja no litoral ou no sertão, basta um grupo dar as mãos para que alguém, em primeira voz, puxe os versos da mais conhecida das loas do gênero: Essa ciranda quem me deu foi Lia/que mora na Ilha de Itamaracá. Há controvérsias sobre a autoria dos versos, mas não sobre de quem eles falam: Maria Madalena Correia do Nascimento, a Lia de Itamaracá.
Com oitenta voltas completas ao redor do Sol neste janeiro, a rainha da mais democrática das danças conquistou seu espaço na música brasileira depois de décadas de trabalho. Nascida na ilha que incorporou ao nome artístico, a 47 km de Recife, Lia é filha de um agricultor e de uma empregada doméstica. Ainda menina, precisou largar os estudos para trabalhar. Aos 11, já fazia serviços na casa do patrão de sua mãe. Ela e sete de seus dezoito irmãos moraram por mais de dez anos naquele misto de lar e local de trabalho.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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