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    Megaincêndio na Floresta Nacional de Tapajós, no Pará, em outubro: para a ecóloga Erika Berenguer, o governo está preso a fórmulas do passado para combater o desmatamento. “Não podemos pensar em soluções para a Amazônia da mesma forma como pensávamos há vinte anos”, diz CRÉDITO: JOÃO MARCOS ROSA_NITRO_PROJETO MULHERES NA CONSERVAÇÃO_2023

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Foco no fogo

Os rastros dos megaincêndios na Amazônia num ano de El Niño

Bernardo Esteves | Edição 209, Fevereiro 2024

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Quando um trecho da Amazônia na região do Baixo Tapajós, no Oeste do Pará, pegou fogo em outubro de 2023, a ecóloga carioca Erika Berenguer temeu pela vida de uma árvore específica. Era um breu, uma árvore frutífera de copa densa com mais de 40 metros de altura que ela observava de perto desde 2010. A cientista se especializou no estudo do impacto de queimadas e outras intervenções humanas na Floresta Amazônica, e vinha monitorando o que acontecia com todas as árvores situadas em dezenas de áreas de mata selecionadas para a pesquisa.

Berenguer e seus colegas começaram a monitorar aquele trecho da floresta – uma faixa de 250 metros por 10 metros – quando havia ali onze árvores de grande porte cujos troncos tinham pelo menos 1 metro de circunferência. Até que, em 2015, veio uma das secas mais severas da história recente da Amazônia e, com ela, uma temporada de incêndios florestais com uma extensão que os cientistas nunca tinham testemunhado. O fogo matou todas as árvores de grande porte daquela área – menos o breu. “Foi a única gigante que sobreviveu ao fogo de 2015”, disse Berenguer.

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