CRÉDITO: ANDRÉS SANDOVAL_2024
A vida de quem salva vidas
Um voluntário resgata moradores no bairro onde cresceu
Amanda Gorziza | Edição 213, Junho 2024
Desde que as enchentes começaram em Porto Alegre, o gerente comercial Leandro Ayres, de 45 anos, tem ido com frequência ao bairro em que passou metade de sua vida, o Humaitá, para ver os lugares que o marcaram, como o colégio onde estudou e o Centro de Tradições Gaúchas. Ele está desolado com o aconteceu ao bairro. “Está tudo destruído”, contou à piauí, em meados de maio. “Olhar tudo aquilo acabado é muito difícil. Minhas raízes estão naquele lugar, foi onde cresci.” Ayres é um dos milhares de voluntários que ajudam no resgate de vítimas das cheias.
Foi de barco que ele percorreu as ruas de seu velho bairro. O Humaitá, na Zona Norte, ficou mais de vinte dias inundado, depois do extravasamento dos rios Jacuí e Gravataí. Em alguns pontos, a água chegou até a altura dos telhados. Em lugares que escaparam da cheia foram montados pontos de apoio para quem trabalha no resgate e para acolher os que foram obrigados a deixar suas casas. Um desses pontos de apoio foi instalado no Viaduto José Eduardo Utzig, de onde partiam os barcos para as expedições de busca. Ayres participou das operações de resgate desde o início, em 3 de maio.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
ASSINE