CRÉDITO: ANDRÉS SANDOVAL_2024
A morte é uma festa
A cidade paraense que celebra Finados com música e bebida
Leandra Souza | Edição 218, Novembro 2024
Os rituais mais marcantes do Dia de Finados, como acender velas no túmulo de pessoas queridas, são católicos. Mas a evangélica Cibele Souza, de 32 anos, gosta do modo como o 2 de novembro é celebrado em Curuçá, cidade paraense onde mora há vinte anos. “Eu acho interessante, porque geralmente as pessoas ficam tristes ou choram. E aqui, não”, diz a servidora pública do município. “O cemitério fica bem iluminado. Eles organizam tudo para as homenagens, é muito bonito.” Souza só não é fã do quitute mais popular da festa, que ela acha uma sobremesa “sem graça”: a manicuera, espécie de mingau feito a partir da fermentação da mandiocaba, variedade adocicada da mandioca.
Com 41 mil habitantes, Curuçá, a 140 km de Belém, se intitula a “Terra do Folclore”. Festas e manifestações culturais ocupam o calendário da cidade quase o ano todo. No Carnaval, a atração principal é o bloco Pretinhos do Mangue. Em junho, as comemorações ficam por conta do Arraiá, da quadra junina. Em julho, acontece o Festival do Folclore. E, em novembro, Finados tem o jeito festivo do tradicional Dia dos Mortos mexicano, mas à moda curuçaense.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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