CRÉDITO: IANAH_2024
Seis poemas em prosa
Coleciono árvores num canto da memória
Fernando Paixão | Edição 219, Dezembro 2024
ÁGUA SOBRE ÁGUA
A fonte deita água sobre água e encontra mais água que corre nas pedras e escoa sobre a água confluente no caminho segue adiante e depois faz um desvio onde a água muda de rumo se mexe remexe em convulsão até de novo se acalmar voltar a ser água corrente no curso normal da descida junto a outras águas e águas outras e com elas misturadas na voz acelerada em queda e mais queda lançada na ponta das rochas que seguram as margens e aumentam a forma líquida que segue volumosa briosa e dotada de força inesperada a descer mais e mais com muitas águas correndo na mesma água transformada agora em rio – quando aparecem os primeiros peixes.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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