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    CRÉDITO: ALLAN SIEBER_2025

anais da bola

O paradoxo da Copa

Como sul-americanos, africanos e asiáticos fizeram valer um torneio que os europeus foram disputar a contragosto

Rodrigo Barneschi | Edição 227, Agosto 2025

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No dia 4 de julho, feriado da Independência dos Estados Unidos, 42 166 pessoas estiveram no Citizens Bank Park, um estádio de beisebol na Filadélfia, para assistir à disputa entre o Philadelphia Phillies e o Cincinnati Reds. Na tarde do mesmo dia, enquanto os torcedores voltavam para suas casas, uma multidão de 65 782 pessoas, composta na maioria por estrangeiros, fazia o caminho inverso, a fim de ver a partida entre o Palmeiras e o Chelsea, no vizinho Lincoln Financial Field – praça poliesportiva convertida em sede da novíssima Copa do Mundo de Clubes da Fifa. Em um estádio quase lotado, o time inglês superou o Palmeiras por 2 a 1, classificou-se para a fase seguinte – e acabou mais tarde erguendo a taça de “campeão do mundo” depois de derrotar o Paris Saint-Germain por 3 a 0, numa apresentação de gala.

Para os americanos, o esporte que estava sendo praticado durante a Copa do Mundo de Clubes era o soccer – o mesmo que o resto do mundo identifica como futebol. Apesar de sua vasta tradição esportiva e da capacidade de monetizar tudo o que gira em torno de uma bola, os Estados Unidos são um dos pouquíssimos casos em que a modalidade praticada com os pés não lidera no gosto popular. Por isso, a escolha do país para abrigar a primeira edição de um torneio quadrienal reunindo os 32 melhores clubes de todos os continentes, aos moldes da tradicional Copa do Mundo de seleções, foi um tanto ousada por parte da Fifa. A decisão poderia ter sido catastrófica, inclusive pela tumultuada situação política nos Estados Unidos – e a perseguição implacável aos imigrantes, sobretudo latino-­americanos, grandes fãs de futebol. Mas, ao fim de 63 jogos, em um mês, e ponderados erros e acertos, a sensação é que a Fifa conseguiu emplacar a sua Copa do Mundo de Clubes.

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