CRÉDITO: ANDRÉS SANDOVAL_2025
A jornada do canoeiro
Uma onça-pintada nadou 1,27 mil metros em Goiás
Bernardo Esteves | Edição 230, Novembro 2025
Quando veio a pandemia de Covid, o biólogo brasiliense Gabriel Caputo se refugiou no rancho da sua família em Niquelândia, no Norte de Goiás. O sítio fica à beira do lago formado pela barragem da Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa, construída nos anos 1990. Caputo frequentava a região havia quinze anos e sempre ouvia dos moradores locais que não fosse à Serra Negra, pois ali havia muitas onças. A Serra Negra faz parte de uma reserva particular de desenvolvimento sustentável de uma mineradora de alumínio que opera na região. O alerta dos moradores teve efeito contrário. “O biólogo já fica com a curiosidade atiçada”, ele disse à piauí. “Se tem onça, é para lá que a gente vai.”
Caputo, que tinha 26 anos na época, providenciou uma armadilha fotográfica, um dispositivo com câmera acionada por sensores de calor e movimento capaz de registrar a passagem de animais selvagens. Instalou-a numa árvore situada num platô a cerca de 400 metros do nível do lago, com vista privilegiada para uma ilha frondosa. Semanas depois, quando consultou o cartão de memória da câmera, o biólogo observou que uma onça-pintada tinha sido o primeiro animal a acionar o dispositivo.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
ASSINELeia Mais
