A dor de barriga de Pasteur
Algumas figuras que passaram para a história como especialmente sérias, austeras (e até mesmo sisudas) são capazes às vezes de mensagens surpreendentes. É o caso da carta reproduzida nesta página, escrita e assinada por aquele que é talvez mais famoso médico do século XIX, o francês Louis Pasteur. Descobridor da cura da raiva, foi responsável por muitos dos avanços mais notáveis na medicina de seu tempo.
Algumas figuras que passaram para a história como especialmente sérias, austeras (e até mesmo sisudas) são capazes às vezes de mensagens surpreendentes. É o caso da carta reproduzida nesta página, escrita e assinada por aquele que é talvez mais famoso médico do século XIX, o francês Louis Pasteur. Descobridor da cura da raiva, foi responsável por muitos dos avanços mais notáveis na medicina de seu tempo.
Pasteur era o tipo acabado do experimentador e nada afirmava sem rigorosa comprovação cientifica. A carta datada de Paris em 22 de outubro de 1879, no início de suas pesquisas contra a raiva, trata de publicações acadêmicas, mas é sobretudo notável pelas observações iniciais:
“Estou passando melhor. Ontem pude sair para ir à Academia de Medicina. No fim de setembro, fui tomado na cidade de Arbois de um problema intestinal tão violento que me pareceu que fosse a cólera. Durante vários dias meu estômago não podia receber nem sequer uma gota d’água. O champagne esfriado por pedaços de gelo acabou sendo o verdadeiro remédio”.
Nada mais surpreendente que ver o médico mais respeitado de seu tempo recomendar champagne gelado como único remédio eficaz contra violentas cólicas intestinais…Pasteur não elabora mais do que isso no texto da carta e a seguir trata de assuntos diversos, entre os quais os trabalhos científicos de seu correspondente, ligados ao grande químico Dumas.
Não se conhece nenhuma menção ao champagne gelado em qualquer dos trabalhos de Pasteur. Quem sabe persuadido de que o “remédio”, que havia tão bem funcionado com ele, talvez não fosse de aceitação universal, o grande mestre absteve-se de prescrevê-lo para evitar qualquer estranheza (ou mesmo o ridículo…).
Esta carta fez parte de prestigiosas coleções européias até ser adquirida por seu atual detentor, há 15 anos em um leilão da Alemanha.
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