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    Andreas Kisser, Greyson Nekrutman, Derrick Green e Paulo Xisto Jr., no Teatro Flores, em Buenos Aires, em 21 de abril do ano passado: o carinho do público faz diferença para Kisser, que perdeu o pai, a mãe e a mulher nos últimos anos CRÉDITO: MARTÍN DARKSOUL_2024_@MARTINDARKSOUL

anais da pauleira

A longa despedida do Sepultura

Grupo de heavy metal faz sua última turnê e prepara álbum derradeiro

| 16 jan 2025_10h47
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No início de dezembro de 2023, a banda Sepultura anunciou que iria se despedir em definitivo da cena musical, com a turnê mundial Celebrating life through death (A celebrando a vida através da morte). O último show estava marcado para o dia 24 de novembro passado, em Praga, na República Tcheca – pouco menos de um mês antes do aniversário de quarenta anos da banda. Mas a turnê fez tanto sucesso que o Sepultura, um dos mais celebrados grupos de heavy metal do mundo, resolveu programar uma longa despedida: o show final será em 2026. Uma espécie de morte adiada.

Na piauí deste mês, Gilberto Porcidonio conta como foi o primeiro show da turnê, realizado em março de 2024, em Belo Horizonte, cidade onde o grupo surgiu, e a apresentação em Buenos Aires, em 21 de abril. Foi o 13º show da turnê pela América Latina, que incluiu também Peru, Equador, Chile, Uruguai e Costa Rica. O Sepultura também se apresentou nos Estados Unidos e na Europa.

O Sepultura se consagrou no fim da década de 1980 com três adolescentes mineiros – os irmãos Max e Igor Cavalera, e Paulo Xisto Jr. – e um paulista – Andreas Kisser. Hoje, o grupo é meio brasileiro, meio americano, e a maioria dos integrantes está atravessando a meia-idade. Da formação clássica da banda, restam o guitarrista Kisser, de 56 anos, e o baixista Xisto Jr., de 55 anos. Ao lado deles, atuam os americanos Derrick Green, vocalista de 53 anos, e Greyson Nekrutman, baterista de 22 anos.

“Estou cansado”, disse Andreas Kisser à piauí, horas antes do show em Buenos Aires. No hall do Hotel Metropolitano Supara, na capital argentina, alguns fãs já se aglomeravam do lado de fora atrás de um autógrafo. O guitarrista estava bem mais sereno e introspectivo do que às vésperas do show em Belo Horizonte. “Quando você morre, você vira santo, né?”, disse Kisser. “Os seus defeitos ficam em segundo plano, e o mesmo está acontecendo com o Sepultura. É um sentimento muito bom perceber que a gente realizou algo que valeu a pena e fez diferença para tantas pessoas.”

A injeção de carinho do público tem tido grande significado para Kisser, que foi assombrado três vezes pela morte nos últimos três anos. Em 2021, ele perdeu seu pai. Em 2022, a mulher. Em 6 de março passado, recebeu a notícia da morte de sua mãe.

O último show da turnê de despedida está previsto para acontecer em meados de 2026, mais ainda não tem nem data nem local. Kisser prometeu que tudo deve culminar com o lançamento de um álbum derradeiro, com quarenta faixas ao vivo, registradas em quarenta cidades onde o grupo terá tocado. Haverá também algumas faixas inéditas e, quem sabe, a participação de ex-integrantes. “Eu levo os sentimentos bons de estar no palco, de agradecer ao fã e respeitar esse tempo”, diz Kisser.  

Assinantes da revista podem ler a íntegra da reportagem neste link.

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