Tom Jobim, no Rio de Janeiro, em 1959: partindo de Villa-Lobos, ele assume como ninguém a tarefa de preservar a beleza e a grandeza do que é ainda grande e belo no Brasil CRÉDITO: PAULO NAMORADO_O CRUZEIRO_ACERVO JORNAL ESTADO DE MINAS_1959
A riqueza e a originalidade do cancioneiro de Tom Jobim
Em cinco volumes, 211 partituras do criador de Garota de Ipanema, que morreu há 30 anos
| 22 nov 2024_10h56
“Tom Jobim foi o grande mestre moderno da composição de canções no Brasil. Reinventou tudo com as lições da bossa nova; e foi adiante depois”, escreve o crítico e músico Arthur Nestrovski na edição deste mês da piauí. Em dezembro, faz trinta anos da morte do compositor, aos 67 anos. Nestrovski ressalta que, melhor do que qualquer outro, Jobim teve a capacidade de extrair o máximo do mínimo, combinada à habilidade de incorporar tradições diversas, de Chopin a Pixinguinha, de Gershwin a Villa-Lobos, de Ravel, Debussy e Stravinski a Garoto e Radamés Gnattali, “abrigando tudo sob a luz de sua própria música”.
Em 2000, seis anos depois da morte do compositor, suas músicas foram reunidas no Cancioneiro Jobim, em cinco volumes, reunindo 211 partituras para piano e voz, organizadas por Paulo Jobim, filho de Tom. Em 2002, a Jobim Music lançou uma segunda edição do Cancioneiro, revista. Para Nestrovski, a importância do Cancioneiro ainda não foi plenamente reconhecida. “Em parte, claro, porque pouca gente sabe ler partitura. Em parte, também, porque existe preconceito contra a música popular, a despeito da riqueza e originalidade da nossa, e de sua relevância na construção da cultura brasileira”, escreve. Na opinião do crítico, essas obras merecem estar lado a lado com Carlos Drummond de Andrade, Guimarães Rosa e Clarice Lispector, “para ficar só em três nomes de especial apreço de Jobim”.
Hoje as partituras estão disponíveis no site do Instituto Antonio Carlos Jobim, que abriga não só o acervo digital do criador de Garota de Ipanema, mas os de Dorival Caymmi, Chico Buarque, Gilberto Gil e Milton Nascimento, entre outros.
O compositor também é tema da série da piauí A longa arte de Antonio Carlos Jobim, com seis videoaulas musicais apresentadas por Nestrovski, com a participação de Paula Morelenbaum, cantora que integrou a banda criada por Jobim entre 1980 e 1990.
Assinantes da revista podem ler a íntegra do texto neste link.
As videoaulas podem ser assistidas no site da piauí, neste link, ou no canal da revista no YouTube.
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