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    O ministro Gilmar Mendes (quarto, da esq. à dir.) e Carlos Ivan Simonsen Leal, presidente da FGV (quinto), em um seminário no Rio: a PF batizou a operação de Sofisma para mostrar que a alardeada credibilidade da fundação é enganosa CRÉDITO: ALLAN DE ABREU_2023

questões jurídico-criminais

As manobras da FGV para evitar processos de corrupção

E por que os investigadores da fundação acabam virando investigados

| 05 mar 2024_09h30
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Já se sabia que o Fórum Jurídico de Lisboa, que reúne a elite econômica, política e jurídica brasileira no outro lado do Atlântico, é o momento em que Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), exibe sua figura de ministro poderoso, a tal ponto que o fórum ganhou o jocoso apelido de Gilmarpalooza. O que nem todo mundo sabia é que o evento é também uma ocasião especial para o economista Carlos Ivan Simonsen Leal, presidente da Fundação Getulio Vargas (FGV), patrocinadora do evento junto com Mendes.

A amizade entre Gilmar Mendes e a cúpula da FGV remonta a 2002, quando a fundação criou seu curso de direito, e se consolidou em 2013, com a realização do I Fórum Jurídico de Lisboa. Acabou, porém, por atingir o bem mais precioso de uma instituição de ensino: a liberdade acadêmica. Críticas ao Judiciário por parte de seu corpo acadêmico passaram a ser alvo da direção da FGV.

Nos últimos anos, a fundação tem sido torpedeada por investigações do Ministério Público e da Polícia Federal que apontam graves indícios de malversação de recursos, descontrole contábil, corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, informa Allan de Abreu na edição deste mês da piauí. Em meio a esse caos, a fundação resolveu cercar-se de altas autoridades do Judiciário, em particular de Gilmar Mendes. A estratégia tem dado resultado: todos os processos movidos pelo Ministério Público naufragaram ao chegar em instâncias superiores, sobretudo no STF.

A operação mais recente da PF, chamada Sofisma, foi deflagrada na manhã de 17 de novembro de 2022. Os agentes resolveram batizar a operação com esse nome para mostrar que a alardeada credibilidade da FGV é enganosa. Enquanto uma equipe de policiais entrava na sede da fundação no Rio de Janeiro, outras ingressavam nos endereços das casas e empresas dos diretores da fundação.

A FGV agiu rápido. No mesmo dia 17, Simonsen Leal assinou uma procuração constituindo um advogado para defender a fundação na Operação Sofisma. O nomeado foi Rodrigo Mudrovitsch, o advogado particular de Gilmar Mendes, que pegou um atalho heterodoxo e pediu um habeas corpus direto no STF. Com o caso na mão, Gilmar Mendes concedeu o habeas corpus assinado pelo seu advogado particular e ainda criticou a “indevida expansão ou universalização da competência da Justiça Federal do Rio de Janeiro”.

Assinantes da revista podem ler a íntegra do texto neste link.

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