Sururu no Municipal: a diferença crucial entre as disputas no teatro paulista e nos da Europa é que nestes o novo comando não chega demolindo tudo o que estava em curso antes CRÉDITO: KLEBER SALES_2023
A barafunda sem fim do Municipal de São Paulo
Há onze anos, o teatro está mergulhado numa rede de intrigas, trapaças e disputas judiciais
| 07 jul 2023_08h00
Em qualquer ponto da história de mais de um século do Theatro Municipal de São Paulo é possível encontrar uma crise de gestão. Nos últimos onze anos, porém, os problemas se acumularam, desde que a casa de ópera e música clássica passou a ser administrado por uma fundação de direito público, a Fundação Theatro Municipal de São Paulo.
Em tese, ela deveria fiscalizar a atuação de uma Organização Social (OS) de cultura, uma entidade privada, escolhida por meio de chamamento. A sua função seria contratar funcionários, pagar os salários, administrar os prédios, captar recursos privados e gerir a programação cultural do teatro. A Secretaria Municipal de Cultura deveria entrar em cena apenas para certificar-se do cumprimento das diretrizes gerais da política cultural pública.
Na prática, esse sistema virou uma barafunda na qual ninguém se entende, atravessada por interesses políticos e confusões burocráticas, que sobreviveu à passagem de quatro prefeitos. Até agora, nenhuma das quatro OS que venceram concorrências para administrar o teatro terminou o contrato de cinco anos. A maioria delas foi tragada para dentro de uma opereta feita de intrigas, cartas anônimas, gravações clandestinas, bate-bocas colossais, ameaças, trapaças, contestações de contas e lutas judiciais, conta Angelica Santos Cruz, na piauí de junho.
Assinantes da revista podem ler a reportagem na íntegra neste link.