minha conta a revista fazer logout faça seu login assinaturas a revista
piauí jogos

Festival Piauí GloboNews de jornalismo

festival 2015 | Ben Anderson e o jornalismo em zonas de guerra

24nov2015_19h54
Foto: Tuca Vieira
Foto: Tuca Vieira

No último dia do II Festival piauí Globo News de Jornalismo, o repórter e produtor da Vice, Ben Anderson, discorreu sobre experiências que tem enfrentado ao redor do mundo, em situações de guerra e conflito armado. A mesa foi mediada pelas jornalistas Malu Gaspar, da revista piauí, e Renata Lo Prete, da Globo News.
“Os repórteres geralmente visitam as bases americanas, fazem algumas perguntas e vão embora. Eu chego e fico alguns dias: com isso, ganho respeito e acesso”, disse Anderson. O jornalista britânico, que já cobriu países conflagrados como o Afeganistão, a Síria e Líbia, destacou as diferenças entre estar acompanhado pelo o Exército americano (ou britânico) ou pelos Marines.

Malu Gaspar perguntou a Anderson se ele não corria o risco de, à força das recorrentes coberturas em áreas de conflito, ter um olhar mais distanciado, até cínico, sobre as atrocidades cometidas.

O repórter elogiou a flexibilidade da Vice em aceitar as pautas que seus profissionais propõem, bem como a liberdade que o canal de vídeos lhes dá. A respeito da linguagem despojada e jovial do veículo, lembrou que no início a Vice era muito criticada por, em muitas ocasiões, os repórteres se portarem frente às câmeras com um certo deslumbramento por estarem em zona de conflito. Anderson concorda com as críticas, mas reconhece que os jornalistas da casa amadureceram ao longo do tempo. E ainda ponderou: “Quando você viaja para países em conflito, há pessoas dispostas a correr riscos para aparecer diante da câmera. Às vezes é preciso proteger as pessoas de sua própria coragem”, disse.

O repórter garantiu que a Vice nunca pagou para ter acesso aos locais. E, a quem pretende ser correspondente de guerra, Ben Anderson aconselhou a, antes de mais nada, acumular experiência e só então se dirigir à áreas de risco.

Sobre o mito de que as coberturas de guerra seriam uma fonte de adrenalina, Anderson foi enfático: “Há pessoas que dizem sentir falta da adrenalina quando chegam em casa depois de cobrir uma guerra. Mentira. É um horror se deparar com situações críticas. Só diz isso quem nunca cobriu uma guerra.”

Leia Também

Últimas Mais Lidas

Tasso Azevedo falará sobre mudanças climáticas

O engenheiro florestal discutirá a contribuição do Brasil para o aquecimento global e novas tecnologias para o monitoramento ambiental

Douglas Galante investiga se pode haver vida fora da Terra

Paulistano é chefe da 'Garatéa', primeira missão brasileira à Lua

A piauí conversa com estudantes

Caravana oferece palestras e oficinas em todo o país

Em vídeo: melhores momentos do Festival Piauí

Assista a trechos de cada uma das nove mesas da programação do evento, que reuniu jornalistas de várias partes do mundo em São Paulo

Veja como foi o segundo dia do Festival Piauí GloboNews de Jornalismo

Último dia do festival contou com nomes como David Fahrenthold, vencedor do Pulitzer 2017, e Jacob Weisberg, presidente do Slate Group e criador do Trumpcast

Mais textos