A pandemia de Covid-19 não mudou o tom das publicações do presidente Jair Bolsonaro no Twitter. Ele falou pouco sobre isolamento e muito sobre cloroquina. Na lista de prioridades, os ataques à imprensa são mais frequentes do que menções a UTIs e respiradores. Depois dos discursos e entrevistas do presidente, o Bolsonário está de volta ao =igualdades para analisar o vocabulário presidencial no Twitter em tempos de pandemia.
De janeiro a abril, no Twitter, Bolsonaro mencionou duas vezes mais o Exército (22) do que falou de UTIs (11).
No mesmo período, o presidente fez cinco vezes mais menções aos Estados Unidos (25) na rede do que a Manaus (5), um dos epicentros do coronavírus no Brasil.
O número de tuítes publicados em março deste ano por Bolsonaro foi o maior desde a posse: 342. Em março de 2019, foram publicados 221 tuítes.
Como já mostrou o Bolsonário: discursos, o presidente prefere falar sozinho: no mesmo mês de março, só deu quatro entrevistas coletivas oficiais – 56% a menos que no mesmo mês do ano passado.
Do anúncio do primeiro caso de Covid-19 no país, em 26 de fevereiro, até o fim de abril, só uma vez Bolsonaro prestou solidariedade às famílias das vítimas brasileiras. No mesmo período, houve 14 tuítes com ataques à imprensa.
De janeiro a abril, alguns veículos foram alvo dos ataques de Bolsonaro mais vezes, como a TV Globo (5) e o jornal Folha de S.Paulo (4). Também foram citados os veículos O Estado de S.Paulo, O Globo, Correio Braziliense, Veja, Uol e O Antagonista – cada um foi atacado uma vez.
As mortes de consagrados artistas brasileiros, como Moraes Moreira e Rubem Fonseca, em abril, não foram lembradas pelo presidente. Naquele mesmo mês, Bolsonaro fez um tuíte prestando solidariedade a um cantor sertanejo que sofreu ataques após uma live.
Fonte: Twitter do presidente Jair Bolsonaro
*Retuítes não foram considerados.
*Os tuítes foram extraídos no dia 5 de maio de 2020.