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Carlos Dada, do El Faro – El Salvador

Carlos Dada é fundador do site de notícias El Faro, criado em 1998, com poucos recursos. Foi diretor do site desde sua fundação até agosto de 2014, quando se mudou para Nova York devido a outro projeto do El Faro. José Luis Sanz, jornalista do site desde seus primeiros anos, assumiu a posição de diretor.

13nov2014_17h44
El Faro
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Carlos Dada é fundador do site de notícias El Faro, criado em 1998, com poucos recursos. Foi diretor do site desde sua fundação até agosto de 2014, quando se mudou para Nova York devido a outro projeto do El Faro. José Luis Sanz, jornalista do site desde seus primeiros anos, assumiu a posição de diretor. Nascido na Bélgica, onde seus pais estudavam, mudou-se para El Salvador e pouco depois para o México, onde cursou ciências da comunicação. O jornalista já fez reportagens em zonas de conflito como Iraque, Honduras e México. Em 2003, viajou para Najaf, no Iraque, onde as tropas salvadorenhas se fixaram, e escreveu matérias.

Os fundadores Carlos Dada e Jorge Simán, que deram o investimento inicial e defendem a bandeira do jornalismo independente “de interesses e compromissos políticos, comerciais ou financeiros que põem limites e vieses à aplicação do método jornalístico e ao exercício ético da profissão de jornalista”.

Segundo Dada, todos os jornalistas do El Faro passaram os primeiros sete anos sem ganhar um centavo, trabalhavam como voluntários e tinham outros empregos. A redação conta com uma equipe de 33 pessoas, incluindo 21 exercendo funções exclusivamente jornalísticas, três pessoas na área de produção e multimídia, sete no setor administrativo, comercial e de inovação, entre outros. São sete colaboradores externos que contribuem com blogs e colunas de opinião. O financiamento ocorre, principalmente, por projetos específicos de fundações de cooperação, como Open Society FoundationsHivos e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).Em 2010, Dada recebeu o prêmio de mídia da Associação de Estudos Latino-Americanos, pela excelência e relevância social de El Faro.O jornalista ganhou o prêmio Maria Moors Cabot por reportagem na América Latina e no Caribe em 2011. No ano seguinte, ele foi ameaçado em razão da investigação sobre negociações secretas entre o Estado e o crime organizado no país.

A reportagem “Así matamos a monseñor Romero” garantiu o segundo lugar no Prêmio Latino-Americano de Jornalismo Investigativo (Premio Latinoamericano de Periodismo de Investigación), entregue pelo Instituto de Prensa y Sociedad (Ipys) e pela organização Transparency International (TI). A reportagem foi publicada na efeméride de trinta anos do assassinato do monsenhor Óscar Arnulfo Romero, arcebispo salvadorenho e defensor dos direitos humanos, em 24 de março de 1980, resultado de uma apuração de cinco anos. O texto trazia informações inéditas e trechos da entrevista com o ex-capitão Álvaro Saravia, revelado na reportagem como o organizador do crime.

Era um assunto tabu em El Salvador, que envolveu nomes de pessoas reconhecidas no país, mas silenciado pelo “oficialismo” dos anos seguintes ao do assassinato. Acabando com trinta anos de especulações, Dada escreveu que a ordem do crime foi dada pelo fundador do partido anticomunista Alianza Republicana Nacionalista (Arena), que governou de 1989 a 2009, e criador dos paramilitares de extrema direita chamados Escuadrones de la Muerte, o ex-oficial de inteligência Roberto d’Aubuisson, que morreu de câncer em 1992.

Foram mais de vinte horas de gravações com o capitão Saravia, tendo ocorrido o primeiro encontro em 2008. Saravia queria que Dada escrevesse um livro. A história da investigação começou antes, em 2004, quando Dada ganhou uma bolsa para estudar na Universidade Stanford, na Califórnia. Deu os primeiros passos na reportagem com a ajuda da professora Terry Karl, que trabalhou em Harvard e passou muito tempo em El Salvador desde os anos 80 como assistente de congressistas democratas.

Daniela Pinheiro, curadora do Festival piauí de jornalismo, esteve em Nova York recentemente e entrevistou Carlos Dada.

Twitter: https://twitter.com/_ElFaro_

Facebook: https://www.facebook.com/elfaro.net?fref=ts

     

Destaques do El Faro:

Em abril deste ano, o Knight Center da Universidade do Texas publicou uma entrevista com o jornalista Carlos Dada do El Faro. A matéria comemorativa dos dezesseis anos do site abordou, entre outros assuntos, a vocação multiplataforma do El Faro e a relação mídia–governo–sociedade.

Abaixo, o link de uma entrevista (em áudio) de Carlos Dada falando ao On The Media sobre a cobertura feita pelo El Faro a respeito das crianças presas na fronteira dos Estados Unidos. Em seguida, outras matérias sobre El Faro.

       

Verbete do El Faro no site do Nieman Lab: http://www.niemanlab.org/encyclo/el-faro/

 

Em julho de 2010, o puercoespín, revista digital fundada pelo casal argentino Gabriel Pasquini e Graciela Mochkofsky, publicou um relato de Carlos Dada sobre a história do veículo, desde sua fundação em 1998.

 

Em 2010, o El Faro inaugurou o projeto Sala Negra, uma parceria entre os jornalistas do jornal digital de El Salvador e outras organizações de fotógrafos e artistas gráficos, para reportar a violência na América Central. O objetivo é explicar por que a região é uma das mais violentas do mundo e por que cerca de 2 milhões de pessoas por ano partem de lá para os Estados Unidos. A equipe conta com cinco repórteres, três fotógrafos e uma documentarista. Cada um trabalha com cinco reportagens longas por ano.

Em 2013, o Sala Negra lançou o livro Crónicas Negras, com dezoito das melhores reportagens investigativas feitas até então. Os assuntos giram em torno das gangues, deportação e guerra civil, principalmente em El Salvador, Nicarágua, Honduras e Guatemala. Oscar Martínez, jornalista do El Faro e coordenador do Sala Negra, disse que “esse tipo de reportagem é necessária em uma região onde jornalismo de profundidade é muito escasso”. Na introdução do livro, o Sala Negra admite não existirem números confiáveis sobre a quantidade de mortos diariamente na América Central, nem sobre as migrações nas fronteiras, e admite que a guerra civil nem sequer tem nome.

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