Quem assistir ao filme dirigido por Daniel Filho até o fim poderá ver, incluídos com os créditos rotativos finais, trechos da entrevista de Chico Xavier, dada ao programa Pinga Fogo, da TV Tupi, em 1971. É verdade que a entrevista está disponível em DVD e no YouTube, tornando desnecessário ver todo Chico Xavier só para isso. De qualquer modo, o que se vê na entrevista é uma pessoa simples e bem humorada, distante das interpretações graves e atormentadas de Ângelo Antonio e Nelson Xavier. "> Chico Xavier – o filme - revista piauí
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Chico Xavier – o filme

Quem assistir ao filme dirigido por Daniel Filho até o fim poderá ver, incluídos com os créditos rotativos finais, trechos da entrevista de Chico Xavier, dada ao programa Pinga Fogo, da TV Tupi, em 1971. É verdade que a entrevista está disponível em DVD e no YouTube, tornando desnecessário ver todo Chico Xavier só para isso. De qualquer modo, o que se vê na entrevista é uma pessoa simples e bem humorada, distante das interpretações graves e atormentadas de Ângelo Antonio e Nelson Xavier. 

| 03 abr 2010_12h51
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Quem assistir ao filme dirigido por Daniel Filho até o fim poderá ver, ao lado dos créditos rotativos finais, trechos da entrevista de Chico Xavier, dada ao programa , da TV Tupi, em 1971. É verdade que a entrevista está disponível em DVD e no YouTube, tornando desnecessário ver todo Chico Xavier só para isso. De qualquer modo, o que se vê na entrevista é uma pessoa simples e bem humorada, distante das interpretações graves e atormentadas de Ângelo Antonio e Nelson Xavier.

Reencenada, a entrevista dada ao serve de fio condutor da narrativa do filme. Mas a versão ficcional não resiste à comparação com a original, minando a credibilidade da encenação, num estranho ato de autosabotagem.

A única cena à qual Daniel Filho tenta dar tratamento humorístico – a do medo provocado pela turbulência do avião – resulta grotesca e sem graça, bem menos interessante do que a versão leve e bem humorada do .

A estrutura do roteiro de Marcos Bernstein, adaptação de As Vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior, evita com habilidade a armadilha de muitas biografias filmadas, não sendo organizada a partir de um relato cronológico. O tempo presente é o da entrevista ao , entrecortado com a época da infância, mocidade e vida adulta.

Fica claro o papel dos jornais, da revista O Cruzeiro e da TV na criação do mito Chico Xavier, mas o propósito do filme ir ao encontro da expectativa dos espíritas. Por convicção ou oportunismo comercial, Chico Xavier pretende convencer os incrédulos mais renitentes.

Em um filme sobre mediunidade, não cabe cobrar verossimilhança. Mas toda a sequência final, em que Chico Xavier entrega carta ao diretor de TV com quem não tivera nenhum contato anterior, além de mal feita, descamba para a mais pura demagogia. Morto por um tiro, a carta do filho do diretor de TV, supostamente com assinatura semelhante à dele, além de consolar os pais, é aceita pela Justiça, servindo para absolver o amigo acusado de assassinato. Nesse lance, biógrafo, roteirista e diretor jogam para a plateia espírita de forma lamentável.

Desde o inesperado sucesso de Bezerra de Menezes – O Diário de um espírito, dirigido por Glauber Filho e Joe Pimentel, um novo filão de sucesso parece ter sido descoberto. O fim de semana prolongado indicará o alcance comercial de Chico Xavier. Os espectadores terão visto o trailer de Nosso Lar, baseado na obra de Chico Xavier, já anunciado para setembro.

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