Bernardo Esteves
(siga @besteves no Twitter)
Repórter da piauí, é apresentador do podcast A Terra é Redonda (Mesmo) e autor dos livros Admirável novo mundo: uma história da ocupação humana nas Américas (Companhia das Letras) e Domingo É Dia de Ciência (Azougue Editorial)
histórias publicadas
Aquecimento palpável
Os fotógrafos ambientais americanos Adam LeWinter e Jeff Orlowski estavam no lugar certo na hora certa. Em 28 de maio de 2008 eles estavam no oeste da Groenlândia, registrando imagens em time-lapse das transformações sofridas pelos glaciares em decorrência do aquecimento global. Acabaram presenciando a maior ruptura de uma geleira já registrada por seres humanos, na qual um bloco de gelo com mais de cem metros de altura acima do nível da água e vários quilômetros de extensão se descolou e desmoronou no oceano.
O cru, o cozido e o cérebro
Suzana Herculano-Houzel conta neurônios em laboratório e dá novas pistas para a compreensão da inteligência humana
Gambiarra revelada
Toda pesquisa científica que se preze deve apresentar uma descrição detalhada do método usado. No entanto, a forma asséptica com que o protocolo experimental costuma ser descrito nos artigos científicos nem sempre reflete as condições mais caóticas do laboratório. A discrepância se tornou objeto de uma manifestação bem humorada no Twitter nesta semana, com a publicação de centenas de mensagens com a hashtag #overlyhonestmethods – métodos honestos demais.
Susy no hospital
A supersimetria – teoria proposta para explicar fenômenos deixados em aberto pela física – sofreu um duro golpe esta semana. A observação de um tipo raríssimo de decaimento de partículas subatômicas feita por pesquisadores do LHC foi recebida como um balde de água fria pelos partidários dessa teoria. “A supersimetria pode não estar morta, mas esses resultados certamente a levaram para o hospital”, disse Chris Parkes, físico britânico que participou do experimento.
Cidade do átomo
Na fronteira entre França e Suíça, milhares de pesquisadores trabalham juntos em busca da nova física
Luz aprisionada
O Nobel de Física deste ano vai para dois cientistas que desenvolveram métodos experimentais que permitiram manipular e estudar átomos e partículas de luz, revelando propriedades misteriosas do mundo quântico. Os premiados são o francês Serge Haroche, da École Nationale Supérieure, e o americano David Wineland, da Universidade do Colorado. O francês Haroche é amigo e colaborador do físico brasileiro Luiz Davidovich, com quem tem vários trabalhos publicados em coautoria.
Insegurança à mesa – e na mídia
A divulgação na semana passada de uma pesquisa de conclusões alarmantes reavivou a polêmica sobre os transgênicos. Um estudo de longo prazo constatou que ratos alimentados com milho geneticamente modificado tratado com herbicida tiveram maior incidência de tumores. Apresentados na imprensa ora como sinal inequívoco do risco da biotecnologia, ora como fruto de um estudo discutível, os resultados deixam no ar a dúvida sobre como se posicionar num debate em que parece não haver opinião isenta.
Uma questão de percepção
A descoberta nos anos 90 do Cinturão de Kuiper - um conjunto de dezenas de milhares de corpos celestes situados muito além da órbita dos planetas conhecidos - mudou nosso entendimento do sistema solar e fez com que Plutão deixasse de ser considerado um planeta. Numa entrevista ao questões da ciência, um dos responsáveis pela descoberta, recém-laureado com o prêmio Kavli de Astrofísica, lembra-se da noite em que avistou o primeiro objeto do cinturão e conta como ele poderia ter sido detectado décadas antes.
O dilema dos prêmios
Alguns grandes nomes das ciências naturais estão reunidos esta semana em Oslo para a entrega da terceira edição do prêmio Kavli, que celebra contribuições fundamentais em astrofísica, nanociência e neurociência. Como seu primo mais velho e prestigioso, o Nobel, o Kavli enfrenta um desafio: como a escolha de poucos pesquisadores pode refletir uma ciência cada vez mais coletiva?