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Festival Piauí GloboNews de jornalismo

festival 2015 | Daniel Alarcón e o jornalismo narrativo da Rádio Ambulante

Para mostrar como são suas reportagens em áudio, o jornalista peruano preparou uma apresentação diferente

21out2015_12h31
Foto: Tuca Vieira
Foto: Tuca Vieira

Representante das novas mídias no Festival Piauí GloboNews 2015, Daniel Alarcón deu início a sua apresentação de forma inusitada: preparou uma performance ao vivo de um episódio “Postal de San Salvador”, de sua Radio Ambulante. Narrando e comandando a entrada dos áudios da entrevista direto do palco, o escritor e jornalista prendeu o público com uma das histórias de sua rádio-web – sobre como até mesmo os pequenos detalhes da vida dos cidadãos salvadorenhos é influenciada pelas facções.

Em seguida, Alarcón conversou sobre sua trajetória até chegar ao rádio com a repórter da piauí e responsável pelos podcasts nos sites da revista, Paula Scarpin, e com o diretor de jornalismo da TV Bandeirantes, André Luiz Costa. Ele contou como o rádio foi presente em sua vida desde a infância, e como desdobramentos de seu primeiro romance, Rádio Cidade Perdida, catapultaram sua ideia de criar um projeto que desse voz para personagens latinos.

Consumidor de programas da rádio pública americana e da nova geração de podcasts que tem sido chamada de uma “Nova Era de Ouro do Rádio”, o peruano radicado nos Estados Unidos quis trazer este fenômeno para a América Latina. Sua ideia era empregar no rádio a tradição da crónica latino-americana, ou jornalismo narrativo. Para isso, pretendia montar uma equipe de latinos produzindo histórias da América Latina para um público latino.

Alarcón contou que, num primeiro momento, seu projeto foi encarado com ceticismo por produtores que não acreditavam nesta unidade latina que ele propunha, e que o público só estaria interessado em ouvir histórias de seus respectivos países. Hoje, no entanto, a Radio Ambulante apresenta números em expansão e conta com 620 mil seguidores e tem equipe em sete países.

Questionado sobre o que seria uma boa história para ser veiculada pela Radio Ambulante, Daniel disse que, apesar de seu interesse por assuntos relacionados a direitos humanos dar a tônica da programação, ele tenta variar os temas. Seu objetivo principal é prender a atenção do espectador:  “Escrever para o rádio é como se você estivesse num bar com amigos contando uma boa história. Uma vez, vimos o tuíte de uma pessoa em Nova York que perdeu o ponto do metrô porque estava ouvindo a Radio Ambulante. Isso, para mim, foi um golaço.”