Foto: Eduardo Escorel
Eduardo Coutinho na Mostra – dois instantes
Acossado pelos fotógrafos, Eduardo Coutinho autografou durante cerca de duas horas o livro sobre ele mesmo de 704 páginas, lançado sexta-feira (25/10/2013), em São Paulo, na 37ª Mostra Internacional de Cinema. Organizado por Milton Ohata, editado pela Cosac Naify e Edições SESC, o volume reúne 40 críticas escritas por Coutinho para o Jornal do Brasil na década de 1970, um conjunto de entrevistas dele, e traz ainda 27 textos de vários autores, alguns inéditos.
Acossado pelos fotógrafos, Eduardo Coutinho autografou durante cerca de duas horas o livro sobre ele mesmo de 704 páginas, lançado sexta-feira (25/10/2013), em São Paulo, na 37ª Mostra Internacional de Cinema. Organizado por Milton Ohata, editado pela Cosac Naify e Edições SESC, o volume reúne 40 críticas escritas por Coutinho para o Jornal do Brasil na década de 1970, um conjunto de entrevistas dele, e traz ainda 27 textos de vários autores, alguns inéditos.
Coutinho encontrou saída irônica típica dele para assinar as dedicatórias, dada a inusitada situação de não ser, na verdade, o autor do livro. Adotou o pseudônimo de Stephen Rose, indicando que a pista para decifrar o enigma por trás do nome está no índice onomástico.
Depois de deixar a fila à espera por 40 minutos no saguão do CineSesc, Coutinho dedicou um bom tempo a cada admirador que chegava até ele com o livro nas mãos, e acabou sendo obrigado a interromper os autógrafos para apresentar a sessão da cópia restaurada de Cabra marcado para morrer, retomando as dedicatórias em seguida. A um jovem aprendiz de documentarista que ousou lhe pedir conselhos, escreveu: “Não vou institucionalizar o conselho. A melhor dica pra se fazer cinema é justamente não ter dica.”
Para surpresa geral, antes da projeção de Cabra marcado para morrer, Coutinho ficou de costas para a plateia, a luminosidade da tela refletindo no seu rosto enquanto era apresentado ao público por Renata Almeida, diretora da Mostra. A postura inusitada deve ter servido para ele se concentrar antes do veemente protesto que fez contra a crise provocada pelo Ministério da Cultura que levou à semi-paralisia, nos últimos 10 meses, a Cinemateca Brasileira, responsável, entre outros relevantes serviços prestados à cultura brasileira, pelo restauro de Cabra marcado para morrer, além de vários outros filmes brasileiros também exibidos na Mostra.
Coutinho vem recebendo uma série de merecidas homenagens desde a Flip. Agora, além do livro editado pela Cosac Naify, a 37ª Mostra Internacional de Cinema realiza uma retrospectiva dos seus filmes e, em março de 2014, cinquenta anos depois do golpe militar que, entre outras desgraças, interrompeu a filmagem de Cabra marcado para morrer, o filme será finalmente lançado em DVD na sua versão restaurada. Só resta dizer: nada como um dia depois do outro.
Leia Mais
Assine nossa newsletter
Email inválido!
Toda sexta-feira enviaremos uma seleção de conteúdos em destaque na piauí