O guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda - Foto: Reprodução de arquivo pessoal
Violência política estimulou medo na eleição
Pelo menos sete em cada dez brasileiros temem ser alvo de agressões por suas escolhas partidárias
Uma das principais estratégias de campanha do presidente Jair Bolsonaro foi incitar ações violentas de sua base – apoiadores, militantes e eleitores –, e a violência política transbordou no país. Em julho, a piauí contou o último dia, os sonhos e os planos do guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda, morto em sua festa de aniversário por um policial bolsonarista. O tema da celebração era o ex-presidente Lula. Casos de violência como este dispararam este ano, mostram os dados do Grupo de Investigação Eleitoral (Giel), da Unirio. De janeiro a setembro de 2022, foram registrados 426 novos casos – um aumento de 83% em relação ao mesmo período em 2021. O PT foi quem mais sofreu com os ataques.
Ao criar o clima de medo, Bolsonaro conta com a possibilidade de maior abstenção nas urnas, o que o beneficiaria diretamente. Uma pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) aponta que sete em dez brasileiros temem ser alvo de agressões por causa de suas escolhas políticas. No primeiro turno, alguns eleitores votaram vestindo cores neutras e sem adesivos, pois temiam serem vítimas de violência política. Ao menos cem pessoas foram presas por incidentes na segurança pública no primeiro turno, em 2 de outubro.
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