Os criadores da Conta Black: se Fernanda Ribeiro percebe alguma discriminação, ela recorre ao “constrangimento pedagógico”; para Sérgio All, “viver nesse sistema racista é uma arte” CRÉDITO: RODRIGO ZAIM_2023
Executivos negros levam Conta Black para a Faria Lima
Fintech faz parceria com Genial Investimentos para ampliar inclusão no sistema bancário
Em novembro de 2022, os executivos Fernanda Ribeiro, de 38 anos, e Sérgio All, onze anos mais velho, transferiram seu escritório de um coworking no bairro Brooklin Novo para um prédio na Avenida Brigadeiro Faria Lima, no centro financeiro de São Paulo. A mudança foi proposta por seu novo parceiro, a Genial Investimentos, uma plataforma integrada de produtos e serviços financeiros. Ribeiro e All são os criadores da Conta Black, uma fintech com serviços voltados prioritariamente para a população negra. A empresa atende cerca de 40 mil contas, um número significativo, embora pequeno quando comparado à Genial, que tem 1,3 milhão de contas.
Os dois sócios nasceram em famílias pobres da periferia da Zona Sul paulista. O pai de All era metalúrgico, e a mãe, diarista. O pai de Ribeiro era serralheiro e a mãe, assistente social. Os dois se casaram em 2010. Cinco anos depois, criaram a ONG Afrobusiness para investir no potencial empreendedor da população negra. Mas perceberam que havia uma séria carência: boa parte dos associados não tinha conta em banco, o que impedia o desenvolvimento dos negócios. All e Ribeiro decidiram então criar uma empresa que permitisse às pessoas negras ter acesso ao sistema bancário.
A Conta Black foi lançada em novembro de 2017, dispondo de um só produto: um cartão de crédito pré-pago, carregado em caixas eletrônicos. Hoje, oferece o serviço completo de uma conta digital.
“Os negros movimentam 1,7 trilhão de reais fora do sistema bancário. É muito dinheiro, o que prova o potencial desse mercado. Mas a Faria Lima não conhece a periferia, ela tem uma visão estereotipada”, diz Ribeiro a Darlene Dalto na edição deste mês da piauí. Recentemente, ela assumiu o cargo de CEO (chief executive officer), até então ocupada pelo marido, agora co-CEO. Com isso, tornou-se a primeira mulher negra presidente de uma empresa do mercado financeiro.
Assinantes da revista podem ler a íntegra da reportagem neste link.
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