Da esq. à dir., Paulo Pederneiras, Carmen Purri, Fernando de Castro, Cristina Castilho, Déa Márcia de Souza, Rodrigo Pederneiras, do Corpo, em Milão, em 1979: “Aqui nunca teve primeiro bailarino, solista etc.; todo mundo pode fazer tudo”, diz Purri CRÉDITO: JOSÉ LUIZ PEDERNEIRAS_1979
Grupo Corpo faz 50 anos e reflete sobre sucessão
Pela primeira vez, companhia de dança terá a trilha composta por uma mulher
Há exatos cinquenta anos, seis irmãos recém-saídos da adolescência e apaixonados por balé se juntaram em Belo Horizonte a um grupo de amigos para criar o Grupo Corpo, que mudou a história da dança brasileira, projetando-a internacionalmente. Os irmãos eram José Luiz, Paulo, Pedro, Rodrigo, Miriam e Marisa Pederneiras.
Hoje, somente dois deles seguem na ativa no Corpo: Paulo, de 73 anos, diretor-geral e cenógrafo, e Rodrigo, de 69 anos, o coreógrafo. Meio século depois da criação do grupo, tanto um quanto outro têm pensado muito no futuro – e no processo de sucessão na companhia de dança. Como bons mineiros, porém, eles não têm pressa. “Eu nunca vou me aposentar, mas quero diminuir as viagens”, afirma Rodrigo. “Fico pensando em mais de uma pessoa para nos substituir, para que pudessem dividir funções. Mas é difícil. O futuro me funde a cabeça”, diz Paulo.
Dois nomes saltam nas especulações sobre a linha sucessória, conta Karla Madeira, na edição deste mês da piauí. Um deles é o da coreógrafa paulistana Cassi Abranches, de 50 anos. O outro é de seu marido, o diretor técnico do Grupo Corpo, Gabriel Pederneiras, de 43 anos, filho de Rodrigo e de Cristina Castilho, ex-bailarina e sócia da companhia, hoje diretora de comunicação. “Dancei treze anos no Corpo e, depois que parei de dançar, rodei muito para entender que milhões de coisas podem acontecer”, diz Abranches. “Acredito que tudo toma forma. Rodrigo ainda tem muita longevidade como coreógrafo.”
Desde 2024, ela é parceira de criação de Rodrigo Pederneiras. Pela primeira vez em cinquenta anos, ele decidiu dividir a coreografia. Juntos, sogro e nora estão criando juntos dois espetáculos.
Um deles é Revolución diamantina, que está sendo feito a convite de Gustavo Dudamel, regente titular da Orquestra Filarmônica de Los Angeles. O balé com composições da mexicana Gabriela Ortiz tem estreia prevista para 2026. Entre as novidades, os coreógrafos colocarão os bailarinos dividindo o palco com a orquestra, que normalmente ficaria no fosso.
O outro espetáculo é o que vai celebrar os cinquenta anos da companhia e terá, pela primeira vez, a trilha sonora composta por uma mulher, a compositora carioca Clarice Assad. A estreia acontece no fim do ano.
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