O governador do DF, José Roberto Arruda, negou ontem que seja a pessoa mais corrupta que conhece. Durante entrevista coletiva na qual embolsou três microfones e dois pequenos gravadores digitais, Arruda declarou que, só no seu secretariado, pelo menos quatro pessoas são mais venais do que ele. “É uma coisa óbvia. Eles são mais gordinhos, então a roupa é mais larga e cabe mais dinheiro no bolso.” Arruda fundamentou a sua defesa com um jogo de Banco Imobiliário que acabara de afanar do neto. “Vejam”, disse, colocando notas no bolso, “não cabe mais do que um maço de 20.” Sobre as imagens divulgadas pela Rede Globo, nas quais membros de sua equipe são vistos escondendo dinheiro dentro das meias, Arruda disse: “É má fé da imprensa. Estamos fazendo uma licitação pública para a compra de meias e queríamos checar a elasticidade do produto.” Arruda aproveitou para confirmar que fará o prefácio do novo livro de Gloria Kalil, “Manual de elegância do indecoroso”, com dicas de como encher os bolsos de dinheiro sem deformar o terno.