19abr2010 | 12h26 | Brasil

Dilma comemora obras do PAC que não permitiram nuvem vulcânica no Brasil

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PORTO ALEGRE – A candidata à presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, comemorou ontem o fato de os aeroportos brasileiros não terem sido fechados por causa da imensa nuvem vulcânica que paralisou a Europa. “É mais um exemplo de sucesso do PAC”, disse a ex-ministra. Dilma não quis dar detalhes de como obras no Brasil poderiam ter evitado que cinzas espalhadas no norte da Europa chegassem ao nosso país. A afirmação causou certo estranhamento nos meios científicos, principalmente porque, segundo técnicos do Instituto Nacional de Meteorologia, INMET, “não existem correntes de vento da Europa para cá”. A ex-ministra reagiu à posição dos cientistas afirmando que “há divergências”. Segundo ela, em breve será divulgado o relatório de “um companheiro da CUT que solta pipa desde rapazote e é uma das pessoas que mais entendem de vento que eu conheço”. Em claro tom de desafio, ela se dirigiu aos correligionários: “Também diziam que não era possível desviar as águas do São Francisco, e nós fomos lá e fizemos. Agora duvidam que somos capazes de desviar o vento! A oposição ainda não se livrou do velho complexo de vira-latas!” Nos últimos dias, o presidente nacional do PT, Luis Eduardo Dutra, tem se referido ao PAC como Programa de Afastamento das Cinzas. “Desafio qualquer brasileiro a ir até um aeroporto e não conseguir embarcar para Bacabal ou Teófilo Otoni por causa do vulcão na Islândia”, disse o petista, deixando claro que hoje mesmo teria um voo para Salvador e não estava nem um pouco preocupado, “ao contrário do Sarkozy que não pode nem ir à esquina, muito menos àquele enterro na Polônia. Pergunta se lá tem PAC.” Em Porto Alegre, Dilma encerrou o discurso fazendo um apelo para que a imprensa preste mais atenção ao fato de o Brasil, ao contrário do resto do mundo, também não ter sofrido terremotos recentemente. “Não quero sugerir nada, mas seria interessante que as pessoas refletissem um pouco se as sondas do pré-sal que fixamos no fundo do oceano servem apenas para achar petróleo.”