06jan2012 | 17h58 | Cultura

Organizações Globo garantem que Agamenon, o Filme é notícia

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O Globo de 6/1/12, a imagem mostra o momento em que “Norte-Coreanos recebem notícia de que não há previsão de estreia de Agamenon em Pyongyang.”  

LUIZ SEVERIANO RIBEIRO – Em coletiva de imprensa diante do cartaz de As aventuras de Agamenon, o repórter, o diretor de O Globo, Ascânio Seleme, afirmou que a transferência da redação do jornal para o lobby do Kinoplex do Shopping Leblon não tem relação com a estreia do filme.

Por sua vez, Ali Kamel, diretor da Central Globo de Jornalismo, garantiu, diante de um Dodge Dart 75, que a decisão de transmitir o Jornal Nacional diretamente da sala 7 do Cinemark Iguatemi, no shopping de mesmo nome, em São Paulo, foi tomada apenas “porque fica mais perto da casa da Patrícia Poeta e da aula de Pilates do Bonner”.

Os dois jornalistas reagiam a leitores de O Globo que manifestaram certo espanto com  algumas manchetes que ocuparam a primeira página do jornal esta semana: “Mitt Romney ganha em Iowa, estado norte-americano onde Agamenon ainda não estreou”; “Para surpresa de muitos, Angela Merkel não faz referência a Agamenon no Reichstag”; “Banco Central Europeu não nega que Agamenon seja um filme extraordinário”; “Dados positivos da economia americana deixam Obama animado como se tivesse assistido a Agamenon”.

“É bom jornalismo”, declarou Ascânio Seleme, com um saco de pipoca na mão. Ao lado da atriz Luana Piovani, disse que há muito tempo o jornal lutava para romper com a monotonia do texto de lead e sub lead. “Ninguém mais aguentava tanta mesmice. Incentivamos nossos repórteres a inovar, e eles, espontaneamente, têm incluído em suas reportagens alguns filmes excelentes produzidos pela Globo Filmes”.

Na coluna de hoje, Merval Pereira transcreve uma conversa telefônica que teve com o governador de Pernambuco Eduardo Campos, na qual discutiram, às vezes de forma acalorada, o destino dos recursos para obras de contenção de encostas e a influência positiva do filme Agamenon no índice de desenvolvimento social brasileiro.

Já Miriam Leitão fez uma extensa análise da crise do euro, concluindo que o filme Agamenon é muito bom.

Em texto nostálgico, Arnaldo Jabor se lembrou da primeira vez que assistiu ao filme Agamenon, dois dias atrás.

Joaquim Ferreira dos Santos dedicou sua coluna aos vendedores de mate da praia de Ipanema que estão doidos para assistir a Agamenon mas não pretendem comprar cópias piratas do filme.

O crítico de O Globo, Daniel Shenker, responsável por atribuir um bonequinho dormindo a Agamenon, foi promovido a repórter investigativo e despachado para a favela da Maré. “Daniel é uma águia e nos ajudará a revelar como funciona o tráfico na maior favela não pacificada do Rio de Janeiro”, disse Ascânio Seleme. “O fato de ele ter 25 anos, 1m78, cabelos encaracolados, olhos castanhos e uma marca de nascença bastante visível na bochecha direita fará com que passe despercebido quando se infiltrar entre os bandidos. O fato de ser um pouco fanho também não deverá  atrapalhar muito.” 

Pressionado, Ali Kamel atribuiu a “uma pequena desatenção sem consequências” o fato de a foto de Daniel Shenker ter sido exibida ontem por três minutos durante o JN. Também não considerou grave que Fina Estampa tenha sido interrompida para mostrar a chegada do rapaz à favela.

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