02ago2017 | 18h10 | Justiça

Juízes e procuradores que solicitam aumento são encaminhados a central de atendimento NET

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CENTRO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA – A ministra do STF Cármen Lúcia vem sendo pressionada por procuradores e juízes a autorizar o aumento dos salários das categorias sem que, para isso, os trabalhadores tenham que ligar para a NET. Ontem, por telefone, ela negou as acusações de que a parceria firmada entre o Judiciário e a empresa seja um ardil para retardar o aumento. “Eles só precisam esperar até serem atendidos”, comentou. Até agora, no entanto, não há notícias de que algum magistrado tenha conseguido tal façanha.

Cármen Lúcia sofreu pressões já na cerimônia de assinatura do acordo de cooperação técnica entre a NET e o judiciário brasileiro. Um grupo de procuradores que compareceu à reunião disse que teve que deixar familiares pendurados ao telefone para não perder o lugar na fila eletrônica. “Quando eu liguei na NET o meu número de atendimento era o 254”, reclamou Cristiano Baldi, lotado na Procuradoria de Porto Alegre. “Deixei minha prima no meu lugar pra vir aqui, mas não sei o quanto ela vai aguentar, né?”

Num português carregado de sotaque, Carlos Slim, o bilionário mexicano proprietário da empresa de telecomunicações, contemporizou. “Vamos contratar mais telefonistas para dar conta do trabalho”, afirmou. Na mesma hora, quatro juízes pediram o e-mail do empresário para enviar seus currículos.