A assessoria de imagem de Doria investiu pesado em cashmeres camuflados e coturnos adquiridos diretamente do exército italiano
Se eleito governador, Doria pretende se fantasiar de Bolsonaro
APOCALYPSE NOW – “I love the smell of farinata in the morning”, bradou o candidato João Doria, para delírio de uma plateia de escoteiros mirins do MBL, durante coletiva em que anunciou seu plano de outfit caso seja eleito para o governo de São Paulo. “No meu primeiro dia pretendo usar um macacão camuflado, em homenagem à Revolução de 64. Pro segundo encomendei uma coisa mais navy, num branquinho básico, para dar um ar de Miami a São Paulo. No terceiro dia pretendo renunciar para me candidatar a presidente.”
A declaração de outfit ocorreu um dia depois de Doria ser acusado por integrantes do seu próprio partido, o PSDB, de abandonar a campanha do presidenciável Geraldo Alckmin para apoiar, na encolha, o ex-capitão Jair Bolsonaro. “Meu candidato é o Ge-ral-do”, disse Doria, imitando a pronúncia pausada de Alckmin. “Mas isso não me impede de achar algumas semelhanças do meu programa com o do Bolsonaro. A arminha que ele faz com a mão, por exemplo. Aquilo é só o sinal do ‘acelera’ com um dedo de diferença. Digamos que ele é a tropa e eu sou a elite.”
Segundo pessoas ligadas à campanha, Doria buscou ajuda de Fátima Toledo, famosa preparadora de elenco, para entrar no personagem. A profissional é famosa pelo emprego de técnicas pouco ortodoxas, que no caso de Doria envolvem marchas com longas horas de duração e simulação de um vasto arsenal de armas com as mãos. Além do preparo cênico, o ex-prefeito também investe em uma nova campanha de marketing que pretende colar sua imagem à de Bolsonaro usando a hashtag #EleNever. “É uma adaptação, uma mimetização de um branding que já é um case de sucesso. Nós vamos atrás de market share global. Camuflado is the new red”, finalizou o candidato que agora não mais se intitula João Trabalhador, mas sim João Batalhador.
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