Foto: Giovanna Silveira
Livros, cenas e ideias na Casa de Histórias, em Paraty
Escritores brasileiros e estrangeiros passaram pela programação do espaço
Foram dezessete mesas, quatro noites de festa e muitos encontros na primeira edição da Casa de Histórias, espaço montado pela primeira vez pela piauí em parceria com a Netflix, a Janela Livraria e a editora Mapa Lab na 22ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip.
Aberta com uma celebração na noite de quarta-feira, a Casa de Histórias teve artistas brasileiros e estrangeiros, além de jornalistas (da piauí e convidados) na programação, que correu em paralelo à oficial da festa literária. O espaço contou com uma exposição da série Cem anos de solidão, produção baseada no livro de Gabriel García Márquez que chega na Netflix em 11 de dezembro, com ampliações fotográficas de alguns episódios e exposição de objetos de cena. A Janela Livraria exibiu livros, de romances a plaquetes, em um estande.
O francês Édouard Louis e o sociólogo e escritor José Henrique Bortoluci conversaram com o repórter da piauí Thallys Braga sobre como a escrita autobiográfica pode ser uma porta de entrada e saída do passado. Braga publicou na edição de outubro da piauí um ensaio sobre a obra de Louis, que dialoga com sua própria história de privações econômicas e homofobia.
Aclamados escritores brasileiros e estrangeiros participaram de mesas de conversas na Casa de Histórias e contaram detalhes sobre seu processo criativo, entre eles o colombiano Juan Cárdenas, a camaronesa Léonora Miano, e as brasileiras Luciany Aparecida e Amara Moira.
Em quatro das mesas, escritores como Ruy Castro, Heloísa Seixas, Clarisse Escorel e Luiz Antonio Simas conversaram sobre os desafios de construir uma história no formato de plaquetes, livros de poucas páginas publicados pelo selo Janela em parceria com a editora Mapa Lab.
A ativista indígena Txai Suruí e o documentarista e fundador da piauí João Moreira Salles conversaram sobre o colapso ambiental e apresentaram trechos do documentário Minha Terra Estrangeira, previsto para o início de 2025.
Logo depois, o repórter da piauí Bernardo Esteves mediou o painel Como narrar a crise climática?, com os escritores Natalia Borges Polesso e Pablo Casella, que em anos recentes enveredaram pela escrita de ficção com temática ambiental.
Duas séries da Netflix tiveram mesas de debate, cujos temas eram o desafio de levar às telas uma história nascida em outro meio: Pssica, uma adaptação literária, e Os quatro da Candelária, baseada em fatos reais.
A Rádio Novelo apresentou ao vivo na Casa de Histórias seu novo podcast, Fio da Meada, que estreou na última segunda-feira e trará trocas de ideias sobre temas do momento em diferentes áreas, da política às artes. A apresentadora Branca Vianna conversou com o sociólogo Evandro Cruz Silva sobre o abolicionismo penal, em um encontro que dará origem a um dos episódios, previsto para novembro.
A mesa inaugural da primeira edição da Casa de Histórias foi com o jornalista Tiago Rogero, criador do projeto Querino e hoje correspondente do jornal inglês The Guardian na América do Sul. Ele lançou no evento o livro projeto Querino – Um Olhar Afrocentrado da História do Brasil, pela editora Fósforo.
A piauí reservou um espaço na programação para falar sobre jornalismo. O diretor de redação André Petry, os repórteres Ana Clara Costa, Consuelo Dieguez e João Batista Jr. trocaram experiências sobre a elaboração de perfis na revista. A mediação foi de Alejandro Chacoff, editor de literatura e curador das mesas da piauí na Casa de Histórias.
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