Mais um ano, mais um Oscar – e nada de Brasil no tapete vermelho

A primeira cerimônia do Oscar, realizada há 96 anos, durou 15 minutos e teve 270 convidados. Foi um jantar, mais do que uma solenidade. Com o passar do tempo, porém, a escala foi mudando. Estima-se que a premiação deste ano, marcada para 10 de março, deve ser assistida por 10 milhões de espectadores no mundo todo. É uma audiência maior que a de todas as outras grandes premiações, como o Grammy, o Emmy e o Tony Awards. No Brasil, muita gente assiste, mas a emoção não é a mesma de uma Copa do Mundo – isso porque não há brasileiros em campo. O país nunca faturou uma estatueta e, este ano, não teve nenhum filme indicado para a disputa. Das quatro grandes premiações do show business, somos mais benquistos no Grammy, que já rendeu vinte estatuetas para música brasileira. O =igualdades faz um balanço das premiações e conta algumas curiosidades sobre o Oscar.

No universo hollywoodiano, não há conquista maior do que se tornar EGOT. Muitos artistas já chegaram perto, ganhando três dos quatro prêmios. Mas, em toda a história, apenas 19 conseguiram acumular pelo menos um Emmy, um Grammy, um Oscar e um Tony Award. O primeiro a realizar esse feito foi Richard Rodgers, em 1962. O compositor estadunidense teve uma carreira profícua na primeira metade do século XX, nos Estados Unidos, sendo responsável por mais de novecentas canções e quarenta musicais da Broadway. O integrante mais recente da lista de EGOTs é o músico Elton John. Indicado ao Emmy Awards 2023, na categoria Melhor Programa de Variedade Ao Vivo, ele levou a estatueta por Elton John: O Show da Despedida.

Idealizada por Louis B. Mayer, presidente do estúdio MGM, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pela organização do Oscar, foi fundada em 1927. Dois anos depois, em 1929, ela realizou sua primeira premiação – na prática, um jantar para 270 pessoas, ainda sem a pompa e a relevância que viria a adquirir com o tempo. Quase cem anos depois, o cenário é outro. Transmitido ao vivo pela tevê, o Oscar foi assistido em 2023 por 20 milhões de pessoas – e isso só nos Estados Unidos. O Emmy, outra grande premiação, teve audiência de 4,3 milhões de americanos.

Astrud Gilberto e Tom Jobim estão entre os vinte brasileiros premiados na cerimônia principal do Grammy. Até agora, o país não teve a mesma sorte em outras premiações. No Emmy, assim como no Oscar, nenhum brasileiro se saiu vitorioso. No Tony Awards, Paulo Szot é uma estrela solitária, premiado por sua atuação no musical da Broadway South Pacific.

Katharine Hepburn é  a atriz mais vezes premiada pelo Oscar, com quatro estatuetas. Meryl Streep, por sua vez, foi a mais indicada, mas só venceu três vezes. Os critérios de escolha variam com o tempo e são difíceis de decifrar. Um caso curioso, e já bastante comentado, é o do ator Leonardo DiCaprio. Talento precoce de Hollywood, ele foi indicado várias vezes para o Oscar, a primeira delas quando ainda tinha 20 anos de idade, em 1994. Só em 2016, porém, conseguiu levar para casa uma estatueta, premiado por sua atuação no filme O Regresso.

Sidney Poitier fez história como o primeiro homem negro a receber o Oscar de Melhor Ator, em 1964. Embora alguns atores e atrizes negros tenham sido reconhecidos em categorias de apoio nas décadas seguintes, foi preciso esperar 38 anos até que outro ator negro, Denzel Washington, conquistasse o prêmio. Ele foi reconhecido como Melhor Ator em 2002, por seu papel no filme Dia de Treinamento. No mesmo ano, Halle Berry tornou-se a primeira mulher negra a ganhar o Oscar de Melhor Atriz por sua atuação em A Última Ceia.

 Desde que a premiação do Oscar foi criada, em 1929, só três filmes conseguiram vencer as cinco principais categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Atriz e Melhor Roteiro Adaptado. Os laureados são Aconteceu Naquela Noite (1935), Um Estranho no Ninho (1975) e O Silêncio dos Inocentes (1991). Este último foi ainda mais longe: conquistou também os prêmios de Melhor Mixagem de Som e Melhor Montagem.

Walt Disney é uma figura incontornável da história do cinema. Sua influência e contribuições renderam-lhe uma coleção de prêmios do Oscar até hoje insuperada. São 22 estatuetas, ao todo. O americano recebeu, além disso, quatro prêmios honorários. Um deles foi uma homenagem especial por ocasião do lançamento do filme Branca de Neve e os Sete Anões, em 1937.