CRÉDITO: ANDRÉS SANDOVAL_2024
A água fala
Indígenas e quilombolas enfrentam o desastre
Tiago Coelho | Edição 213, Junho 2024
Em abril, a cacica Talcira Gomes, do povo Guarani Mbya, saiu da aldeia Pará Rokê, no município de Rio Grande, para visitar um tio em outra aldeia no pampa argentino e passar por um ritual de cura espiritual. A indígena de 61 anos estava deprimida com a morte da mãe. “Fui para me fortalecer e, no ritual, foi revelado que uma grande tragédia se aproximava. Então voltei para o Brasil.”
Ela chegou no dia 28 de abril e foi a uma reunião de mulheres numa aldeia em Lomba do Pinheiro, na Zona Leste de Porto Alegre. No caminho, viu os rios sujos que cortam a capital. “Chorei ao ver a água cheia de lixo”, conta. “Ela estava pedindo socorro para Nhanderu [o ser criador na cultura tupi-guarani].”
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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