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    CREDITO: ANDRÉS SANDOVAL_2021

esquina

A família santa

Pai, mãe e filha governam a cidade de Parnaíba, no Piauí

Luigi Mazza | Edição 174, Março 2021

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Cerca de 14 milhões de brasileiros começaram o ano desempregados. Entre eles não estava Maria das Graças de Moraes Souza Nunes. Na contramão das estatísticas, a piauiense de 49 anos acumula três empregos – todos eles na Prefeitura de Parnaíba, segunda cidade mais populosa do Piauí, com 153 mil habitantes. É, ao mesmo tempo, secretária de Infraestrutura, Habitação e Regularização Fundiária, secretária de Serviços Urbanos e Defesa Civil, e presidente da Empresa Parnaibana de Serviços (Empa), responsável por administrar os mercados públicos da cidade. Quem a nomeou para os três cargos foi o prefeito, que vem a ser o seu pai, Francisco de Assis de Moraes Souza. Mais conhecido como Mão Santa, o político do DEM foi reeleito pelos parnaibanos em novembro com 68% dos votos.

A mulher do prefeito, Adalgisa Souza, também tem um posto no governo. É secretária de Desenvolvimento Social e Cidadania. Ela e a filha ocupam os cargos desde 2017, quando o patriarca assumiu a prefeitura. Em janeiro deste ano, com a reeleição de Mão Santa, as duas tomaram posse novamente. A equipe de governo conta ainda, na Secretaria de Gestão, com o empresário Carlos Alberto Teles de Sousa, pai do vice-prefeito da cidade, o Beto (Carlos Alberto Santos de Sousa, do Progressistas).

Os secretários de Parnaíba têm salário bruto de 6,5 mil reais. Embora ocupe três cargos, Maria das Graças – chamada de Gracinha pelos conterrâneos – recebe apenas por seu trabalho na Secretaria de Infraestrutura. Nas outras funções, consta como interina – o que, segundo ela, foi uma manobra de seu pai para economizar verbas, evitando nomear outras pessoas. “Os três cargos estão interligados. É como se fossem um só”, explica Gracinha. Ainda assim, somando o seu salário com o de Mão Santa e o de Adalgisa, a família do prefeito embolsa todo mês cerca de 28 mil reais dos cofres do município.

 

“Não tenho o menor constrangimento. Vim da iniciativa privada, nunca precisei do setor público. Aceitei o trabalho porque é legal, é moral, e quis ajudar minha cidade”, diz Gracinha. Ela, no entanto, já esteve outras vezes sob a aba do pai: quando Mão Santa foi senador pelo Piauí, entre 2003 e 2011, ele a nomeou para um posto comissionado em seu gabinete. A esposa, Adalgisa, além de ter sido a primeira-suplente do marido, ocupou por quase cinco anos um cargo de assessoria no mesmo gabinete. Deixou a função em 2008 para se candidatar à Prefeitura de Parnaíba, mas não foi eleita.

Gracinha foi exonerada do Senado em outubro de 2008, quando o Supremo Tribunal Federal aprovou uma súmula que proibia o nepotismo nos três poderes. Como ela, outras dezenas de parentes foram varridas do Congresso. A proibição continua em vigor, mas há uma brecha: a regra não se aplica a cargos de natureza política – isto é, os do primeiro escalão, como ministros e secretários estaduais e municipais. É nessa categoria que se encontram, hoje, Gracinha e sua mãe.

 

“Sou casado com uma mulher mais forte que a Eva Perón, e minha filha tem duas faculdades. É muito mais preparada do que tu, que tá me entrevistando”, disse Mão Santa à piauí, por telefone. “Por que nepotismo? Está na lei. E eu obedeço à lei, diferentemente do PT.” Desbocado, o prefeito alterna respostas duras com elogios megalômanos a si mesmo – “Sou o político mais preparado desse país” – e à cidade que governa – “Parnaíba foi o lugar que melhor combateu o coronavírus no mundo”.

 

Mão Santa, 78 anos, é um veterano da política piauiense. Começou a carreira em 1978, na Arena – partido de sustentação da ditadura –, e desde então já foi deputado estadual, suplente de deputado federal, senador e duas vezes governador. É a terceira vez que se elege prefeito de Parnaíba, onde nasceu. Antes de ser político, foi cirurgião – daí o apelido pelo qual ficou famoso. Tem o cabelo pintado de castanho e usa óculos escuros do tipo aviador. Sua posição no espectro político é volátil. “Não sou de esquerda, nem de direita, nem dessa porcaria do Centrão. Sou do alto, sou de Deus”, costuma dizer.

O prefeito carrega desde sempre o hábito de indicar familiares para cargos públicos. Quando governou o Piauí, no fim dos anos 1990, empossou dois irmãos: um ficou com a Secretaria da Fazenda, outro com a da Indústria e do Comércio. O filho, Francisco de Assis de Morais Souza Júnior – apelidado de Mão Santinha –, virou chefe do gabinete de governo. Adalgisa, sua Evita Perón, presidiu o Serviço Social.

Apesar disso, Mão Santa alega que nunca teve a pretensão de enriquecer ou beneficiar familiares por meio da política. “Minha família é de empresários, gente rica da porra. Eu fui a ovelha negra. O maior patrimônio que construí foi minha família, minha grandeza, minha moral.” Em 2001, acusado de compra de votos e abuso de poder econômico, Mão Santa entrou para a história como o primeiro governador a ter o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A condenação foi unânime.

 

 

Mão Santa é famoso por fazer discursos rocambolescos e intermináveis. Em 2009, quando era senador, chegou a festejar o milésimo pronunciamento que fez na Casa – um recorde. Sempre dá um jeito de inserir o PT e o comunismo em suas preleções. Por causa disso, chamou a atenção do então deputado Jair Bolsonaro, e os dois viraram amigos. Em 2017, quando já estava em campanha para a Presidência, Bolsonaro foi a Parnaíba e convidou o piauiense para ser seu vice. Na época, aparecia em segundo lugar nas pesquisas, atrás apenas de Lula. Mas a parceria não foi adiante. Mão Santa diz ter declinado do convite porque não quis largar a cidade pela qual tinha acabado de se eleger prefeito.

Os dois, porém, continuam próximos. Em agosto de 2019, Bolsonaro foi novamente a Parnaíba, dessa vez para inaugurar uma escola ao lado do amigo. Deu abraços calorosos em Mão Santa e discursou para um pequeno público. “O Mão Santa me disse agora há pouco que vamos acabar com o cocô no Brasil. O cocô é essa raça de corruptos e comunistas”, disse o presidente, antes de ser interrompido por gritos de “Mito! Mito!”.

A visita de Bolsonaro rendeu uma placa comemorativa no Centro Cívico de Parnaíba, inaugurada no ano seguinte, já durante a campanha eleitoral. A placa diz que o presidente é um “líder ungido por Deus” que “livrou o Brasil do comunismo e da corrupção”. Em uma de suas lives às vésperas da eleição, Bolsonaro pediu votos para Mão Santa, a quem chamou de “irmão”.

Em breve, o presidente talvez peça votos para Gracinha, que não descarta largar os três empregos e se lançar na política. Ela diz ter sido convidada pelo senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas e aliado do presidente, a se candidatar a deputada federal no ano que vem. “Tenho visto um clamor da população pela minha candidatura”, diz. “Se for pra ajudar Parnaíba, até pode ser. Mas, no momento, não é minha prioridade.”

Mão Santa, por outro lado, cansou de eleições. Ele pretende se aposentar em 2024, quando termina o mandato. Terá 82 anos e já traçou seu plano de aposentadoria: “Quero ficar abraçado com a minha mulher e fazer amor na nossa casinha de praia.”

Luigi Mazza
Luigi Mazza

Editor do site da piauí

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