minha conta a revista fazer logout faça seu login assinaturas a revista
piauí jogos
“Vocês vão ter que me ouvir”

    O trauma no 50º Batalhão de Polícia Militar do Interior, em São Paulo: “Eu disparei o fuzil para me defender”, disse Gouveia. “Eu estava em surto. Nem ouvi o barulho dos tiros” CRÉDITO: VITO QUINTANS_2024

anais do crime

“Vocês vão ter que me ouvir”

A ruína de um casal de policiais militares

Thallys Braga | Edição 216, Setembro 2024

A+ A- A

Em fevereiro de 2023, viralizou nas redes sociais um vídeo em que o primeiro-sargento Claudio Gouveia, da Polícia Militar de Salto, no interior de São Paulo, aborda educadamente um motoqueiro. Nas imagens, o policial explica que está havendo uma operação destinada a garantir a segurança das rodovias paulistas: “Desce um pouquinho, põe [a moto] no pezinho, apresenta para a gente o documento do senhor.” Em um país tão habituado à truculência policial, a BBC News Brasil veiculou uma reportagem na qual classifica Gouveia como um profissional “calmo, educado, respeitoso e, principalmente, gentil”. A reportagem rendeu alguma fama ao sargento, além do título de “policial exemplar”. Para seus colegas de farda, fazia sentido. Gouveia era um policial sensível, compartilhava alegrias e angústias com os companheiros de trabalho e tinha um aguçado senso de humor.

Em maio de 2018, quando ainda era segundo-sargento, Gouveia atendeu a uma ocorrência de estupro, cuja vítima era uma menina de 13 anos. Ciente da sensibilidade do caso, passou horas conversando com a família da vítima para tentar identificar o agressor. Gouveia empenhou-se em localizá-lo, e conseguiu. Era um vizinho, que assumiu o crime e foi preso. Na mesma época, Gouveia foi chamado para socorrer uma vítima de esfaqueamento, que acabou morrendo. De novo, fez de tudo para achar o criminoso e prendê-lo. Também conseguiu. Sucessos como esses acabaram rendendo a ele uma Láurea de Mérito Pessoal, a primeira distinção da sua carreira.

Já é assinante? Clique aqui Só para assinantes piauí

Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz

ASSINE