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    CRÉDITO: ANDRÉS SANDOVAL_2025

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Adeus, El Salvador

Jornalistas fogem da violenta repressão de Bukele

Allan de Abreu | Edição 231, Dezembro 2025

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Quando soube que estava em uma lista de jornalistas e ativistas sociais vigiados pela polícia de El Salvador, a radialista Mónica Rodríguez entendeu que não era mais possível permanecer em seu país. Aos 41 anos, ela trabalhava na rádio Bálsamo, uma emissora comunitária do departamento litorâneo de La Libertad. Em meados de maio passado, cobriu uma série de protestos de famílias desalojadas por decisão da Justiça na capital, San Salvador. No dia 23, Rodríguez e o marido rumaram na surdina para a vizinha Guatemala, sem passar pelo controle fronteiriço, por medo de serem presos. Desde então, seguem no exílio. “Não há mais condições de se praticar jornalismo independente em El Salvador”, lamenta a radialista.

De janeiro até meados de novembro, 53 jornalistas deixaram o pequeno país centro-americano de 6,3 milhões de habitantes, de acordo com a Associação de Jornalistas de El Salvador (Apes, na sigla em espanhol). A entidade não possui uma estimativa do número de jornalistas em atividade no país, pois faltam dados confiáveis sobre as pequenas rádios comunitárias do interior. Mas o presidente da associação, Sergio Arauz, afirma que desde o fim da guerra civil, que durou de 1979 a 1992, não havia um êxodo tão grande de profissionais de comunicação salvadorenhos. “É importante perceber que esse grupo de exilados é formado, na maior parte, por repórteres e editores experientes, os melhores do país, o que gera um vazio informacional gigantesco”, diz Arauz.

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