Advogado indignado e polonesa politizada dão as caras
| Edição 44, Maio 2010
COMO TROCAR DE SEXO
Além de esclarecedora, a reportagem de Clara Becker (“Como mudar de sexo”, piauí_43, abril 2010) demonstra a importância da interdisciplinaridade na motivação das sentenças prolatadas pelo Estado-juiz.
ARIEL CÉSAR LIBRELON_CURITIBA/PR
Achei fantástica a matéria sobre mudança de sexo. Cada vez mais acredito que os (e as) transexuais são os verdadeiros párias da sociedade, isolados por tanto preconceito e ignorância. Essa reportagem deveria ser leitura obrigatória para todos.
MICHAEL GIBBONS_SÃO PAULO/ SP
CHEGADA PINGUIM
Em “Ave, nigérrima ave” (piauí_43, abril 2010), o erro ficou por demais evidente – saiu já no subtítulo: lemos que “o pinguim preto que apareceu na Antártida é…” Não é. Não é Antártida. É Antártica. Primeiro temos o Ártico e depois temos o seu oposto, o Antártico. Só isso, e basta. O que passar disso é pura invenção e besteira, talvez baseada em Atlântida… algo assim.
LUIS CARLOS HERINGER_MANHUMIRIM/MG
NOTA DA REDAÇÃO: Os funcionários da Divisão do Mar, da Antártida e do Espaço, que ocupam a sala 736 do 7º andar do Anexo I do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, ficaram preocupados com sua carta. E se eles também não existirem?
ÁFRICA DO SUL
Muito esclarecedor o texto de Daniela Pinheiro sobre a África do Sul (“Diamantes negros”, piauí_43, abril 2010). Um partido de esquerda que lutou contra uma ditadura e quando chegou ao poder se perdeu na corrupção. Já vi isso em algum lugar.
HUMBERTO SILVA_SÃO PAULO/SP
GOTLIB
Totalmente desnecessária a seção de quadrinhos deste mês (“O despertar do rei da relva”, piauí_43, abril 2010). Não consigo acreditar que alguém possa achar interessante uma historinha tão medíocre como essa. Caso tenham pago pelos direitos de publicação, deveriam repensar no investimento. Com certeza dezenas de cartunistas gostariam de publicar seus trabalhos nesta revista (e de graça). Prêmio não significa talento!!! Deve estar rolando um jabá, me parece a única explicação.
BERNARDO REINHARDT DESERT MENEZES_BELÉM/PA
NOTA DA REDAÇÃO: Não aceitamos jabás, só fazemos negócios com hedge funds. Gotlib nos ofereceu títulos garantidos pelo Goldman Sachs.
BRANDÃO É UM MILAGRE
Em “A coceira” (piauí_42, março 2010) foi feito um esclarecimento sobre o “prurido aquagênico” que determina o sintoma de uma doença muito rara da qual sou portador: a policitemia vera. Esta enfermidade, além de rara, só atinge pessoas acima de 63 anos, repito acima de 63 anos, e eu fui atingido pela mesma aos 28 anos e estou vivo! Acabei de completar 50 anos, por sinal. Deixo aqui meus sinceros agradecimentos pela iniciativa de levar, ainda que em poucas linhas, a informação correta e clara sobre essa enfermidade temida por muitos, mas aceita por poucos. Muitos médicos se espantam que eu esteja vivo. Quando me conhecem, exclamam: “Brandão você é um milagre.”
CARLOS BRANDÃO_IMPERATRIZ/MA
HOLOCAUSTO NO DICIONÁRIO
O dicionário Aurélio dá a seguinte definição para holókauston: sacrifício em que a vítima era queimada inteira. Algo diferente, portanto, do que afirma o leitor Gabriel Dantas, na seção Cartas da piauí_39, dezembro 2009. Usado assim, o termo se encaixa muito bem para designar o massacre de judeus pelos nazistas nas câmaras de gás.
Seu sempre leitor atrasado,
IVAN ANZUATEGUI_BRASÍLIA/DF
ISLÂNDIA TERRORISTA
Relendo a matéria sobre a Islândia, “A grande ilusão” (piauí_28, janeiro 2009), me chamou a atenção a decisão tomada, no final de 2008, pelo primeiro-ministro inglês Gordon Brown. Invocando uma lei promulgada depois dos atentados de 11 de Setembro, ele incluiu a Islândia na lista de países e organizações terroristas, com o objetivo de bloquear os depósitos do governo islandês junto aos bancos britânicos, o que acarretou a quebra dos três maiores bancos daquele país. Um ano e meio depois, quem diria, a Inglaterra é o país mais atingido pela nuvem de cinzas do vulcão islandês que paralisou praticamente todo o tráfego aéreo no país! Hoje não há dúvidas: o sr. Gordon Brown estava certíssimo. Tudo leva a crer que o vulcão Eyjafjallajökull seja mesmo membro da Al Qaeda!
GERMAN VARELA CASTRILLON JR._SOROCABA/SP
PINGUIM X PIAU
Sou de opinião que o símbolo de sua revista (um “penguim”, como o dos “arrentinos”?) poderia e deveria ser trocado por uma reprodução ou desenho de um piau, peixe de nacionalidade brasileira, em sua maioria, e que empresta o nome a diversas situações pátrias: nome de Estado, de revista etc. Saibam (se é que já não sabem, portanto me desculpo pela repetição desnecessária) que o “i” acentuado, em tupi, significa “água” – no caso, as águas dos rios da região em que abundavam naturalmente os piaus. Noutras palavras, se traduzido ao linguajar atual, “piauí” seria algo como peixe d’água, ou, por paronomásia, água onde abundam peixes, no caso o referido piau. Se quiserem, podem adicionar-lhe uma boina, mas creio que o certo seja um chapéu de palha. Não creio que um anzol seja necessário, mas nada demais ter um à mão, bem como um puçá, talvez uma rede.
GERALDO FRANCO_RIO DE JANEIRO/RJ
TIPOS BRASILEIROS
Tenho percebido ultimamente que o pseudointelectual, ou o intelectual de uma nota só, vem se tornando, gradativamente, um tipo brasileiro muito comum. Ele aparece quando menos se espera, principalmente em mesas de bar, em cafés e em coquetéis. Com seu ar blasé, de superior indiferença, o pseudointelectual escuta pacientemente o assunto em baila para, com a autoridade da última palavra, dar por encerrada a conversa utilizando sem pudor a tática do “antigamente era melhor”, que, com uma alteração aqui e outra ali, serve para qualquer situação (“prefiro a formação original, gosto apenas dos primeiros livros, primeiros filmes, do primeiro disco”). E ainda por cima recebe em troca um uníssono “tem razão” (ou “com certeza”). Nesse ritmo, ele irá muito além do jardim.
HERCULANO NETO_SALVADOR/BA
POESIA
Resolvi comer as pernas da mentira (“A mentira tem pernas lindas”, piauí_43, abril 2010) e fazer uma (dis)junção:
Os grandes lábios da cama engoliram
a moça cândida,
que se despiu meio a um tiroteio,
que gemeu de gozo,
pá pá pá = boceta funkeativa
concreto visual = foda linguística
que sugou o mel,
deglutiu as pernas lindas da mentira,
meia-calça vermelho-vagabundo,
comer-te!
Trepar-te!
Mente vã de poros púbicos a tevê cativa,
cadê Cole Porter?
– Tocou sal na dose e vomitou o verbo.
(Engolindo as páginas suculentas e tocando seu jazz ártico)
MARCO AURÉLIO ALVES_GOIÂNIA/GO
HOMEM-GALINHA
Nós, do conglomerado de humor Quase, ficamos muito satisfeitos com a publicação de uma matéria sobre o nosso coeditor Juliano Enrico na seção Esquina: “Homem-galinha, este cineasta” (piauí_43, abril 2010). Ficamos ainda mais felizes por terem definido nosso coleguinha como uma “celebridade do underground capixaba”, dando a entender que ele é algo tipo uma mescla de artista circense com VJ da MTV. Isso jogou a autoestima dele lá para baixo, e abriu uma brecha para a sua ridicularização em âmbito nacional. Muito obrigado!
No entanto, gostaríamos apenas de corrigir algumas imprecisões para não despertarmos a ira dos nerds cartunistas de São Paulo. (Vai que eles resolvem fazer uma magia de RPG contra nosso exitoso empreendimento.) A Quase não ganhou o prêmio de melhor revista de humor no HQ Mix. Já foi indicada na categoria de publicação independente, mas nunca ganhou. Quanto ao documentário Touro Moreno, do Juliano, é preciso lembrar que o boxeador geriátrico nunca derrotou o patrono dos pitboys cariocas, Hélio Gracie. Touro Moreno, no entanto, empatou com o gigante baiano Waldemar Santana, o primeiro e único a vencer Hélio Gracie.
GABRIEL LABANCA, JULIANO ENRICO, KEKA, DANIEL FURLAN E RAUL CHEQUER_VITÓRIA/ES
NOTA DA REDAÇÃO: Quase acertamos.
CARTUNS
Criativos, divertidos e inteligentes os cartuns de Rafael Campos Rocha (piauí_42, março 2010). Quanto à reação do leitor Paulo Oliveira aos referidos cartuns, na seção Cartas (piauí_43, abril), vale lembrar que a denominação “Deus” não é de exclusividade dos cristãos, e que a liberdade de expressão demonstrada pela piauí é uma de suas maiores qualidades. Chega de obscurantismo!
LEONARDO LUCIANO_AMERICANA/SP
PORTFÓLIO MÁFIA
As linhas criativas da revista me acompanham nas idas ao trabalho, tornando meu interesse maior que meu sono. No ônibus, leio e não durmo. Hoje cedo, porém, tive um ataque de náusea com as fotos da reportagem “Guerra civil em Palermo” (Portfólio, piauí_43, abril 2010). Fiquei com um mal-estar horrível e acredito que esta tenha sido uma das intenções: chacoalhar os leitores. Mas, por favor, tenham dó daqueles com estômago fraco!
FERNANDA CARNEIRO_PIRACICABA/SP
CASO SEAN
A edição deste periódico (piauí_43, abril 2010) publicou carta da leitora Ana Franco, de Brasília, DF, com extemporâneas, pesadas e desrespeitosas ofensas pessoais que não podem deixar de ser retorquidas com a indispensável veemência, como ora as são pela presente.
SERGIO TOSTES_RIO DE JANEIRO/RJ