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    A melhor maneira de desativar uma bomba, ele diz, é “do jeito que você não morre” ILUSTRAÇÃO: CAIO BORGES_ESTÚDIO ONZE

questões cinematográficas

Angústia da incerteza

A modernidade da narrativa de Guerra ao Terror nem sempre é seguida à risca: clichês dramáticos, visuais e sonoros atenuam o impacto de um filme memorável

Eduardo Escorel | Edição 41, Fevereiro 2010

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“É um filme de guerra estruturalista – o título poderia ser: Desmontagem de um Aparato Explosivo Improvisado em Sete Atos.” Difícil não esboçar um sorriso, diante de comentário desse calibre. Outro crítico escreveu que “se não for o melhor filme de ação da temporada, vou explodir o meu carro”. Essas são apenas amostras dos elogios hiperbólicos a Guerra ao Terror feitos nos Estados Unidos, onde o filme dirigido por Kathryn Bigelow estreou em junho de 2009.

Sete meses depois, ao ser lançado no Brasil, seguindo a tendência dos filmes relacionados à Guerra do Iraque, Guerra ao Terror não chega credenciado por carreira comercial de sucesso. A aura de prestígio explica as estratégias de lançamento. Nos Estados Unidos, estreou em apenas quatro cinemas, chegando a 535 salas; invertendo o padrão, que assegura primazia para a sala de cinema, no Brasil foi lançado só em DVD, no ano passado. Chega agora aos cinemas em decorrência da consagração crítica, dos prêmios recebidos e da expectativa dos ainda a receber.

Diante de um filme estrangeiro com essas características, qual é o papel que o público brasileiro tem a cumprir? De que maneira o fato de não fazermos parte do contexto social em que Guerra ao Terror foi produzido afeta nossa percepção? Sentimos que a Guerra do Iraque nos diz respeito? Como espectadores, não corremos o risco de nos tornarmos consumidores de produtos exóticos importados da metrópole? A atividade crítica não fica reduzida a um serviço de orientação ao consumidor? Ou, o que é pior, a elucubrações teóricas que exigem senha para serem decifradas?

 

As dificuldades começam com a tradução do título original. The Hurt Locker é um lugar onde há expectativa de ser ferido. Pode ser também um período de grande dor física ou emocional. A tradução para Guerra ao Terror desvirtua esses sentidos e induz à crença de que o filme seja sobre combate ao terrorismo. Embora subjacente ao enredo, o assunto central não é a guerra e suas implicações políticas. A sabedoria dos autores está justamente em tratar de um microcosmo. Para um crítico americano o filme é sobre “o heroísmo dos homens que desativam aparatos explosivos improvisados […]. Guerra ao Terror circunscreve a guerra ao confronto existencial entre o homem e a ameaça mortal”. Sem fazer espetáculo da violência, para outro crítico, o filme mostra “a zona de guerra como lugar onde, apesar do horror, quem combate tem prazer com a ativação da serotonina provocada pela concentração mental diante da possibilidade da morte iminente”.

Existem maneiras de vermos Guerra ao Terror sem termos a impressão de que o filme não nos diz respeito. Há pelo menos dois casos notórios de brasileiros vítimas de ações terroristas. O do engenheiro João José Vasconcellos Júnior, sequestrado e dado oficialmente como morto, em 2007; e o de Sérgio Vieira de Mello, na explosão da sede das Nações Unidas, em Bagdá, provocada por um caminhão-bomba, em 2003. Uma das sequências de Guerra ao Terror mostra, justamente, uma evacuação da sede da ONU, na capital do Iraque, ameaçada por um carro-bomba.

Outro fator de aproximação possível seria a pesada roupa protetora usada no filme para desarmar ou detonar aparatos explosivos improvisados. O Esquadrão Antibombas da Polícia Civil do Rio de Janeiro usa a mesma roupa, que dá ao portador aspecto e andar de cosmonauta. A foto que ilustra a matéria de O Globo de 12 de janeiro mostra um agente paramentado carregando uma bomba artesanal lançada por assaltantes em fuga, na Barra da Tijuca, donde seria plausível imaginar uma versão carioca de Guerra ao Terror.

 

Não é provável, porém, que essas vias de identificação sirvam de atrativo para o público brasileiro. Prevalece, entre nós, recusa liminar a filmes relacionados a guerras que parecem distantes; enquanto nos Estados Unidos a rejeição é pelo motivo oposto – a proximidade, inerente ao envolvimento direto no conflito.

Ao enaltecer a autenticidade da encenação, fica clara a dissonância entre crítica e público, por ser valorizado justamente o que mantém os espectadores a distância. Artigo publicado na Columbia Journalism Review identifica a existência de uma tendência a tornar menos nítida a diferença entre ficção e o que não é ficcional. Guerra ao Terror seria, nos termos da autora, um caso de “ficção verdadeira”. Categoria na qual também enquadra Valsa com Bashir, de Ari Folman.

O roteiro, de Mark Boal, tem origem em reportagem escrita a partir da sua própria experiência ao acompanhar um esquadrão antibomba em Bagdá. Na conversa reproduzida no artigo mencionado acima, ele diz: “O ambiente e os detalhes […] vieram da minha observação direta. Não poderia ter escrito o roteiro sem ter estado em Bagdá e conhecido os detalhes práticos do trabalho dos técnicos em bombas. […] Havia, de fato, caras que se comportavam como os personagens do filme.”

 

 

Filmado na Jordânia, com refugiados iraquianos em pequenos papéis, Guerra ao Terror lança mão dos recursos disponíveis para ser autêntico. Múltiplas câmeras, sem uso de tripé, permitem um estilo ágil de registro. A mise-en-scène da ação é contínua, sendo captada, ao mesmo tempo, de múltiplos pontos de vista. Ninguém nega ou duvida que seja uma encenação, mas o filme procura dar ao espectador a sensação de testemunhar eventos que ocorrem de forma autônoma, fora do controle da diretora.

Outro mérito reconhecido é a “coerência cinética e espacial”. Ou seja, em termos menos pretensiosos: “Bigelow mantém o espaço bem apertado e coerente. […] Nesta época de extravagâncias fragmentadas, ela restaura a integridade do tempo e do espaço, essenciais para a ação.” De fato, em Guerra ao Terror, não só o tempo é claramente delimitado como sua progressão é informada através de legendas. Fora o prólogo, o filme se passa durante os últimos 38 dias do esquadrão na zona de combate. No final, depois de breve período nos Estados Unidos, o sargento William James volta ao Iraque. Viciado em arriscar a vida, o vemos no primeiro dos 365 dias da sua nova missão.

“Um homem selvagem.” Esse é o elogio feito ao líder do esquadrão antibombas, por ter desativado mais de 800 aparatos explosivos improvisados. Uma crítica pergunta se o personagem é um “caubói tão viciado na sua descarga de adrenalina que desconsidera o perigo que ele e os homens da sua unidade correm; ou, se em função da sua experiência e talento, é simplesmente mais capaz de estimar riscos aceitáveis e completar o trabalho a ser feito”. Rebelde, solitário e transgressor, pertence a uma linhagem cinematográfica ilustre, cujo fascínio é perene. A melhor maneira de desativar uma bomba, ele diz, é “do jeito que você não morre”.

A força de Guerra ao Terror deriva também do confronto, presente em cada plano, entre vestuários, tecnologias e atitudes. São imagens concretas, e não valores abstratos que estão em jogo. O choque é entre uniformes militares e roupas comuns, armas sofisticadas e aparatos improvisados, “ocupantes americanos e cidadãos iraquianos, desconfiando uns dos outros em todas as cenas”.

Nem tudo que acontece fica claro em Guerra ao Terror. É o que um crítico chama de “angústia da incerteza” [1]. Mas a modernidade dessa forma narrativa nem sempre é seguida à risca. Alguns clichês dramáticos, visuais e sonoros atenuam o impacto de um filme de resto memorável.

[1] As citações são de Amy Taubin, Film Comment; David Denby, The New Yorker; Alissa Quart, Columbia Journalism Review; e A. O. Scott, The New York Times.

Eduardo Escorel
Eduardo Escorel

Eduardo Escorel é cineasta. Dirigiu os documentários Antonio Candido, anotações finais, Imagens do Estado Novo 1937-45 e 1968 – Um ano na Vida, entre outros filmes

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