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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2009

esquina

Animal

Entre chow-chow suicida e vira-lata bipolar, a serenidade é felina

Fábio Fujita | Edição 30, Março 2009

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Ver cavalos logo se tornou um dos passatempos favoritos de Larinha. Sempre com Almir, ela passava tardes inteiras numa hípica na Serra da Cantareira, em São Paulo, só para acompanhar os potrinhos se arriscarem nos primeiros galopes. Era sem dúvida um ambiente que muito lhe aprazia – aprazia aos seus sentidos: cheiro de mato, cheiro de bicho.

Tudo mudaria no dia de 22 de março de 2006 – o dia em que Larinha viu Almir pela última vez. Ele vinha lutando, fazia tempo, contra um câncer de intestino que acabaria por invadir o fígado. Talvez ela já soubesse, mas só teve certeza depois de vê-lo sair de casa para nunca mais voltar.

Nas semanas que se seguiram Larinha foi definhando, foi perdendo a alegria. Não tinha forças para comer. Não queria assistir ao Animal Planet. Não queria sair para ver cavalos. Os meses passavam e ela mais e mais se deixava dominar pela apatia. Submetida à ultra-sonografia, descobriu-se nela um tumor de intestino e, já na mesa de cirurgia, constatou-se que a metástase atingira o fígado.

 

Larinha, uma cadela da raça shitzu, morreria, caprichosamente, no dia 22 de março de 2007. Vítima de um quadro igual ao de seu dono, teve de ser sacrificada.

O caso de Larinha foi um dos mais intrigantes já acompanhados por Adriana de Oliveira. Autodidata, ela é uma das pioneiras no país em cinologia – o estudo de técnicas relativas a criação, genética e cruzamento de cães – e etologia canina – o estudo da psicologia individual e das características sociais desses animais. Trocando em miúdos: Adriana é psicóloga de cachorros.

Larinha havia sido um presente da própria Adriana ao pai, Almir – e cadela e dono se adoraram durante quase dez anos de convivência. Com treze anos de atuação na área, a etóloga se lembra de um único caso semelhante: o de um chow-chow de nome Kolby, protagonista daquilo que, no limite, se pode chamar de suicídio canino.

 

Segundo Adriana, os cachorros sabem reconhecer quando o dono está doente, e Kolby, à diferença de Larinha, testemunhou a morte do seu. Foi uma lenta agonia. “Ele foi para o lugar da casa onde sempre ficava com o dono e não saiu mais de lá”, conta Adriana.

Deprimido, Kolby parou de comer. Ainda mais: vomitava o soro que lhe aplicavam para mantê-lo hidratado e impedir que morresse de inanição. De chow-chow saudável e cheio de vida, passou a farrapo de pêlos. Não reagiu nem mesmo a antidepressivos alopáticos. Na tentativa de ganhar tempo até encontrar uma solução, decidiram aplicar-lhe um sedativo leve. “Mas sedamos e ele faleceu”, relata Adriana. “Sem querer, fizemos uma ortotanásia, que é a morte induzida para minimizar o sofrimento.”

 

Os quadros depressivos em cachorros apresentam muitos sintomas, desde a apatia plena – como ocorreu com Larinha e Kolby – até uma agressividade furiosa. Adriana explica: “Quando o desmame acontece muito cedo, o filhote não sabe avaliar se está sendo levado para casa na hora certa.” Assim, não aprendendo – “na infância” – como é ser cachorro, poderá adotar comportamentos esquizofrênicos. Um dos mais comuns é a banalização do ato de latir ou morder: “Quando o cão aprende que ao rosnar ele é atendido, vai usar isso para tudo.”

 

Tal qual nos humanos, os quadros depressivos podem evoluir para a insanidade neurológica. Ou seja, o cão enlouquece. Morder os donos é um dos sintomas mais frequentes. Foi o que passou a fazer um vira-lata encontrado na rua ainda com o cordão umbilical. O pobre tinha “explosões de agressividade” sem razão específica. “Bastava ouvir a campainha que ele corria e voava na dona, uma senhora de setenta e poucos anos. Era quase distúrbio bipolar.”

Segundo Adriana, a cinologia põe em pratos limpos algumas “verdades” que se disseminam a respeito de certas raças. O rottweiler, por exemplo, é, sim, um bicho agressivo, mas só entre seus pares. “Ele tem uma tremenda dificuldade de aceitar qualquer outro tipo de cão.” Contudo, se não for maluco, um rottweiler é uma flor de cachorro. Se estiver tirando um cochilo e vier uma criança cutucá-lo, a tendência dele é se levantar e procurar outro canto para prosseguir a sesta. “Ele reconhece que se trata de uma criança pelo cheiro, sabe que ela é indefesa”, assegura Adriana. “São cachorros muito inteligentes, que assimilam aprendizado.”

Há também as loucuras induzidas. Se o cachorro estiver rosnando para o retrato da sogra de seu dono, o culpado deve ser o dono. “Quando você trata um cão como gente”, diz a psicóloga, “tira dele o instinto de reagir como cão.”

Nesse aspecto pelo menos, os gatos, que nunca fogem a uma boa socialização com seus pares por sobre telhados vizinhos, são bem menos vulneráveis. E não hesitam em sumir pela primeira janela se seu dono vier com muito nhenhenhém. “Os gatos são daquele jeito deles, e isso de certa forma os protege”, conclui Adriana. “Eles dificilmente enlouquecem.”

Aliás, foi a gata preta que era unha e carne com Larinha quem melhor metabolizou a perda da amiga. Joana consolou a york Bruna, a vira-lata Tulipa e os outros cinco animais da casa com um miado sereno que, todos entenderam, não dizia senão isto: “A vida continua.”

Fábio Fujita
Fábio Fujita

Fábio Fujita é jornalista baseado em São Paulo.

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