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    Quando o planeta Melancolia se aproxima da Terra, Justine (Kirsten Dunst) aceita e Claire (Charlotte Gainsbourg) se desespera ILUSTRAÇÃO: CAIO BORGES_ESTÚDIO ONZE_2011

questões cinematográficas

Bad boy com toque patético

O afã de afrontar conveniências parece condição necessária para que Lars von Trier consiga se expressar

Eduardo Escorel | Edição 59, Agosto 2011

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Usar o prelúdio da abertura de Tristão e Isolda, de Wagner, como trilha musical é prova da audácia de Lars von Trier, roteirista e diretor de Melancolia. Recorrendo a tamanho lugar-comum para dar tom solene e impressão de grandiosidade ao filme, Trier corre o alto risco de ultrapassar o limite que separa ambição legítima de artifício pretensioso.

Trier consegue, porém, escapar pela tangente dessa armadilha que preparou para si mesmo, e evita a gratuidade formal, apesar de, além de recorrer a Wagner, dedicar os dez minutos iniciais de Melancolia a imagens alegóricas de instantes descontextualizados, reproduzidas em câmera lentíssima. Em retrospecto, o sentido dos planos da abertura fica claro, constituindo figura de linguagem conhecida – antecipação estilizada do desfecho da narrativa para criar expectativa pelo que virá.

Depois de dois anos de trabalho, horrorizado com o resultado, Trier declarou estar pronto para rejeitar Melancolia “como um órgão mal transplantado” por ter “chantili em cima de chantili” e ser “um filme de mulher!”. Ele quisera “mergulhar de cabeça no abismo do romantismo alemão. Wagner ao quadrado”. Isso estava claro para ele, mas ainda assim se perguntava: “Essa não será apenas outra maneira de expressar derrota? Derrota para um dos denominadores comuns mais baixos do cinema? O romantismo é maltratado de tudo quanto é forma no insuportavelmente entediante cinema industrial.” Tinha esperança, contudo, que “em meio a todo o creme houvesse uma lasca de osso que pudesse afinal quebrar um dente frágil”.

 

A primeira reação de Trier a Melancolia denota senso crítico incomum e pode tê-lo ajudado a fazer um filme mais a seu gosto – ácido, pessimista e opressor –, evitando um estilo meloso e ornamental. Mesmo frustrado, por não ter sido capaz de incluir um pouco da feiura que tanto aprecia em meio às belíssimas imagens, Trier não deixa de provocar inquietação no espectador. Nem o uso de câmera instável, estilo já banalizado pela linguagem corrente, nem o elenco de estrelas internacionais apagam sua marca autoral, fácil de reconhecer desde O Elemento do Crime, seu primeiro filme, realizado em 1984 – qualquer que seja o enredo, os personagens devem percorrer sua via dolorosa.

Inconformado com a própria maturidade, há algo de patético na resistência de Trier em deixar de ser, aos 55 anos, um bad boy. Nostálgico das transgressões da juventude, parece ter orgulho da coleção de notas zero em comportamento recebidas ao longo da sua premiada carreira. Propenso a ser sempre do contra e a causar sofrimento, foi irresponsável na entrevista coletiva do último Festival de Cannes. Sem medir as palavras, declarou em tom irônico entender e simpatizar com Hitler, que “fez algumas coisas erradas, sim, com certeza. […] Eu sou, é claro, muito a favor dos judeus, não, não muito porque Israel não presta”. Arrematou dizendo, depois de um suspiro: “O.k., eu sou um nazista.”

Declarado persona non grata pela direção do evento, no qual Melancolia foi exibido na mostra oficial, é possível que Trier tenha recebido a notícia como um prêmio por sua leviandade. O paradoxo é que seu compromisso de afrontar conveniências, traço que imprime a seus personagens, parece condição necessária para que consiga se expressar.

 

Graças à estrutura simples do roteiro, Trier não perde o rumo em Melancolia. Inspirado, segundo declarou, em As Criadas, de Jean Genet, depois da abertura o filme é dividido em duas partes, que têm a mesma duração aproximada de sessenta minutos. A primeira, dedicada a Justine (Kirsten Dunst); a segunda, a Claire (Charlotte Gainsbourg) – irmãs de personalidades assimétricas. Uma tenta se ajustar aos ritos sociais, enquanto a outra é escrava das convenções. Na definição de Trier, Justine “anseia por naufrágios e morte súbita”, enquanto Claire “é considerada normal”.

Na primeira parte, o desajuste dos mecanismos da sociedade fica patente logo na sequência inicial em que a limusine branca tenta passar por uma estrada estreita com curvas fechadas. A inépcia do motorista e, quando assumem o volante, do próprio casal de noivos voluptuosos – Justine e Michael (Alexander Skarsgård) – os leva a chegar a pé, e com duas horas de atraso, à sua própria festa de casamento. Organizada pela irmã, Claire, e financiada pelo cunhado, John (Kiefer Sutherland), a celebração prossegue noite adentro na mansão onde moram com o filho Leo (Cameron Spurr).

Ainda a caminho da festa, Justine admira o brilho vermelho de Antares. Seu sorriso permanente é a máscara que usa para encobrir a infelicidade. Ela tenta se ajustar ao papel de noiva, mas a trivialidade das etapas da festa vai minando sua resistência e acaba impedindo que continue a atender o que esperam dela.

 

Frustrando todas as iniciativas do noivo para estabelecer contato, Justine se retrai. Com medo do que a espera, termina sabotando o jogo das aparências. No mundo dela falta algo indefinido. E a festa de casamento se torna a crônica de uma implosão que ela mesma detona. Ao olhar para o céu, no final da primeira parte, Antares não está mais visível em Escorpião.

Na segunda parte, sem relação temporal precisa com a primeira, o temor das personagens muda de natureza. Ao medo neurótico de Justine se substitui o pânico de Claire.

Faltam cinco dias para o planeta Melancolia, dez vezes maior, aproximar-se ao máximo da Terra. Um espetáculo lindo está previsto para sua passagem, mas também há prognósticos de que as trajetórias dos dois planetas estão numa dança de morte.

Claire continua a cuidar de Justine, acolhendo a irmã que está incapaz de tomar providência tão corriqueira quanto chamar um táxi que a traga até a mansão. E ao chegar não consegue tomar banho nem comer.

 

 

À medida que os planetas se aproximam, as reações das irmãs se opõem. É Claire quem fica cada vez mais preocupada e ansiosa, enquanto Justine sai do seu estado de catatonia e fica apaziguada.

Claire vai sendo dominada pelo pavor e passa a agir de maneira errática, recusando-se a aceitar o que acredita estar prestes a ocorrer. A melancólica Justine, por sua vez, sente-se melhor com a aproximação do planeta. Excitada com a previsão do que poderá acontecer na noite seguinte, oferece seu corpo, banhando-se na luz refletida crescente de Melancolia. Aceita com serenidade o que parece inevitável. Para ela, não há nada a lamentar porque, nas suas palavras, a Terra é má e ninguém sentirá sua falta.

Diante do medo do sobrinho, só o que Justine tem a oferecer é uma caverna mágica construída com galhos de árvore, em forma de tenda de laterais vazadas. É ali que Justine, Claire e Leo se refugiam, de mãos dadas, à espera do cataclismo.

Em entrevista disponível no site oficial de Melancolia, Trier declara que Justine é baseada nele mesmo e em suas próprias experiências com profecias do fim do mundo e depressão.

“Se pudesse acontecer em um instante, a ideia me atrai. Então, se todo o sofrimento e ansiedade desaparecessem em um flash, provavelmente apertaria o botão eu mesmo, se ninguém tivesse dor. Ansiedade melancólica evoca imagens de lobos uivando para a lua. É por isso que Justine uiva para o planeta: venha e me pegue. E o planeta a devora. E é por isso que, afinal de contas, o filme tem um final feliz.”

Eduardo Escorel
Eduardo Escorel

Eduardo Escorel é cineasta. Dirigiu os documentários Antonio Candido, anotações finais, Imagens do Estado Novo 1937-45 e 1968 – Um ano na Vida, entre outros filmes

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