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    CRÉDITO: ANDRÉS SANDOVAL_2024

esquina

Biotecnologia indígena

O cupuaçu é invenção de antigos povos amazônicos

Leandra Souza | Edição 210, Março 2024

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Entre 5 e 8 mil anos atrás, o cupuaçu estava sendo desenvolvido na região do médio-alto Rio Negro. Fruta hoje muito apreciada na culinária amazônica, empregada nos mais variados doces – mousses, geleias, sorvetes – e em um similar do chocolate conhecido como cupulate, ela não surgiu da evolução natural da floresta: foi obra da mão humana. Os indígenas que viviam na região milhares de anos antes da colonização portuguesa empregaram técnicas de domesticação de plantas para criá-la.

Ainda pouco estudados, esses antigos experimentos agrícolas vêm ganhando a atenção de uma nova geração de cientistas de áreas variadas, da arqueologia à genética. Por tanto tempo ignorada, a herança biológica e tecnológica dos indígenas amazônidas está sendo desvelada.

Na linha de frente dessa tendência, a equipe de pesquisadores do Instituto de Biociências (IB) da USP, liderada pelo biólogo Matheus Colli-Silva, de 28 anos, é a responsável pela descoberta das origens do cupuaçu. Os resultados da pesquisa foram publicados em novembro do ano passado na revista Communications Earth and Environment, com o título Domestication of the Amazonian fruit tree cupuaçu may have stretched over the past 8000 years (Domesticação da árvore frutífera amazônica do cupuaçu pode ter se estendido pelos últimos 8 mil anos).

 

Com uma composição multidisciplinar, abarcando biologia, agronomia, antropologia e arqueologia, a equipe de Colli-Silva – que também é pesquisador do Royal Botanic Gardens, em Londres – embrenhou-se em diferentes áreas florestais nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Roraima. Auxiliado por mateiros – os guias locais da região amazônica –, foram em busca das florestas primárias, aquelas nas quais houve pouca ou nenhuma interferência humana.

Constataram que nelas não se encontrava o cupuaçu. “Quando nós adentramos as florestas primárias, nas trilhas da Amazônia, só encontrávamos uma espécie chamada de cupuí, que é conhecida pelos nativos e pelos mateiros como um tipo de cupuaçu, só que com o fruto menor”, diz Colli-Silva à piauí. Esse fruto costuma ter entre 7 e 15 cm de comprimento, enquanto o cupuaçu mede de 10 a 25 cm.

Se o cupuaçu não nascia “naturalmente” em áreas de fraca interferência humana, era razoável supor que ele seria uma variante domesticada do cupuí, desenvolvida pelos antigos ocupantes da Amazônia. Para confirmar a hipótese, os pesquisadores extraíram e mapearam o DNA das duas plantas. A comparação dos genomas confirmou o que eles suspeitavam: “O cupuaçu não é uma espécie natural e, sim, artificial”, afirma Colli-Silva.

 

 

Como muitas civilizações antigas, os pré-colombianos se valiam de técnicas elaboradas para cruzar os melhores espécimes vegetais, com a finalidade de obter frutas e grãos aprimorados – é o que Charles Darwin chamou de “seleção artificial”. Foi assim que, a partir do mirrado cupuí, eles desenvolveram o cupuaçu, fruta mais gorda.

A análise genética também permitiu datar o processo original de domesticação do cupuaçu em meados do Holoceno, a época geológica iniciada há cerca de 11 mil anos e na qual vivemos ainda hoje. Uma segunda fase da domesticação se deu mais recentemente, nos últimos dois séculos, quando a fruta se popularizou e foi introduzida em outras regiões.

Antes da colonização, a Amazônia foi um centro de domesticação e modificação de espécies selvagens. O cupuaçu, sabemos agora, é mais um entre tantos outros frutos criados a partir de técnicas complexas de manejo e cultivo das plantas desenvolvidas pelos povos indígenas. “A mandioca, o bacuri e a castanha-do-pará são alguns exemplos de frutos que foram manipulados por eles”, diz Colli-Silva. Desenvolvidas há milhares de anos, essas técnicas não comprometiam a estrutura selvagem da floresta amazônica. O desmatamento só viria com a ocupação europeia.

 

 

No início deste século, a empresa japonesa Asahi Foods patenteou o uso e a propriedade dos nomes “cupuaçu” e “cupulate” para fins comerciais no Japão, na Europa e nos Estados Unidos. A apropriação indevida do nome da fruta levou o governo brasileiro, com o apoio de ONGs como a Amazonlink, a travar uma batalha judicial com a Asahi Foods. Houve até uma campanha para reivindicar os direitos legais sobre a fruta, com o slogan “O cupuaçu é nosso”. O Brasil ganhou a causa.

Não se sabia então que a fruta cujo no­me a empresa japonesa pretendia transformar em marca foi uma criação original de antepassados dos indígenas da Amazônia. Essa descoberta científica confere novas dimensões à batalha jurídica. O cupuaçu, afinal, acumulava conhecimentos ancestrais ignorados pelos dois lados da disputa.

Colli-Silva é muito sensível às repercussões históricas e sociais das descobertas de seu time. “Quando estudamos a origem de determinadas espécies, especialmente aquelas que possuem interesse e utilidade para os humanos, nós temos que ir além da biologia”, afirma. Ele espera que seu trabalho ajude na valorização “de uma vegetação, de um bioma e dos povos que viviam ali”. Muito antes da chegada da frota de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, os povos nativos já haviam realizado descobertas sobre a melhor forma de aproveitar e melhorar o que a floresta oferece.

Leandra Souza
Leandra Souza

É estagiária de jornalismo na piauí

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