CRÉDITO: ANDRÉS SANDOVAL_2025
Cena da ressurreição
A brasileira que ganhou o Leão de Prata da Bienal de Dança de Veneza
Danilo Marques | Edição 231, Dezembro 2025
Em 2020, quando fazia um mestrado em artes cênicas em Amsterdã, a atriz gaúcha Carolina Bianchi, de 41 anos, ficou obcecada com a morte estúpida da performer italiana Pippa Bacca, que em 2008 deixou Milão com a intenção de viajar de carona pelo Oriente Médio, sempre vestida de noiva. Bacca fazia parte de uma performance coletiva chamada Brides on tour, cuja intenção era provar que mesmo em regiões conflagradas a solidariedade – na forma de uma carona – supera a brutalidade.
Pipa Bacca nunca chegou ao destino da empreitada, Jerusalém. Depois de três semanas de périplo, foi dopada, estuprada e estrangulada no interior da Turquia. Essa história teve profundas ressonâncias pessoais para Bianchi, que a usou como mote para a peça A noiva e o boa noite Cinderela, premiada com o Leão de Prata da Bienal de Dança de Veneza deste ano.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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