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    Teatro para 2 500 pessoas, 10 cinemas, 230 apartamentos, 22 quadras de tênis, sauna, piscinas e salões de ginástica estão fechados FOTO: ORLANDO BRITO_OBRITONEWS_2011

despedida

Cai o pano no palco de todas as tretas

A Academia de Tênis de Brasília acabou

Plínio Fraga | Edição 56, Maio 2011

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Depois de quase quarenta anos de serviços prestados à corte brasiliense, a Academia de Tênis fechou as portas. Já que os seus 90 mil metros quadrados de área correspondem à metade do Palácio de Versalhes, a Academia teve entre os frequentadores de seus mais de 200 apartamentos e chalés os seus arremedos de Luís XVI e Marias Antonietas de araque.

A comparação com Versalhes é por certo descabida, mas foi na Academia de Tênis, e não no palácio dos Capeto, ou no dos Romanov, ou mesmo no Instituto Smolny de Lênin e Trotsky, que foram preparados alguns dos maiores confiscos da história econômica mundial. Ali se urdiram os planos Cruzado e Collor. A transição da ditadura militar para o regime civil foi monitorada de lá. Quatro presidentes da República – Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff – foram moradores temporários.

Com esse currículo, a Academia acumulou escândalos. Dos afetivos aos financeiros, como o caso que levou à prisão o proprietário do hotel, que, por quinze anos, regalou-se com isenções tributárias ao defini-lo como entidade beneficente.

 

Após passear com razoável altivez pelas páginas políticas, e com estridência pelas páginas policiais, recebeu do poeta Waly Salomão, depois de uma visita, o apelido pouco majestoso de “Academia do Crime”. “É muito cafona, uma Disneylândia de um pós-moderno paupérrimo, contrastando com esse esplendor que é a Esplanada dos Ministérios”, disse o poeta.

 

A Academia atravessou uma complicada crise financeira na última década e veio a cumular dívidas estimadas em mais de 100 milhões de reais. O cardiologista e empresário José Farani, seu fundador, morreu em 2008, desgostoso por ter sido preso e condenado por sonegação fiscal de mais de 15 milhões de reais, em valores atualizados. Seus herdeiros acertaram a venda da Academia para duas empresas da construção civil de Brasília, o Grupo HC e a Attos Empreendimentos Imobiliários, que se responsabilizarampela dívida e ofereceramem troca imóveis no valor de 15 milhões.

Um incêndio, em maio do ano passado, fez com que suas dez salas de cinema fossem fechadas. A causa: falta de manutenção. Depois, foram fechados o hotel e as 21 quadras de tênis. De Edison Mandarino – que batizou com o seu nome a primeira versão do complexo de quadras – a Thomaz Koch, passando por Gustavo Kuerten e Fernando Meligeni, a elite brasileira do tênis jogou naqueles pisos de saibro e grama sintética.

 

Agora, os restaurantes têm de cerrar suas portas até o final do ano. Os novos proprietários não detalham o que pretendem fazer no terreno, nem o que irão demolir. No mercado brasiliense, aposta-se no surgimento de um apart-hotel. Mas ninguém pode afirmar nada, pelo bom motivo que, repetidas vezes, os primeiros proprietários do terreno foram acusados de apropriação indébita. Nada foi adiante e, pelo atual plano diretor do Distrito Federal, em seu terreno pode funcionar quase tudo.

A Academia ocupava posição estratégica na geografia do poder nacional. Próximados palácios do Planalto, da Alvorada e do Jaburu, estava a meio caminho do aeroporto. Segura e silenciosa, com uma bela vista do lago Paranoá, tinha alguns chalés confortáveis e, sobretudo, discretos. Em seu ancoradouro, a elite brasiliense atracava para tomar um gim-tônica.

Em razão de tanto entra e sai de autoridades (dezenas e dezenas de ministros moraram lá), a Academia de Tênis era o lugar mais insuspeito para conspirações e contraconspirações. O senador José Sarney contou que, após a eleição de Tancredo Neves, em janeiro de 1985, reunia-se lá todo mês com o general Leônidas Pires Gonçalves, o comandante do 3º Exército que viria a ser seu ministro. Graças a essas reuniões, acredita ter assegurado a própria posse, questionada por um setor da oficialidade.

 

 

Fernando Henrique Cardoso viveu o céu e o inferno na Academia. Em maio de 1994, foi local de lançamento de seu programa de governo, cujas prioridades cabiam (quem se lembra?) na palma da mão: emprego, saúde, agricultura, segurança e educação. Catapultado pelo Plano Real, FHC trocou a Academia pelo Palácio do Planalto sete meses depois.

Cinco anos mais tarde, a Academia foi um dos cenários da mais grave crise tucana: o desastre da maxidesvalorização cambial. Um jantar lá, no qual o presidente do Banco Central foi consultado sobre uma operação com bancos em estado pré-falimentar, virou tema de Comissão Parlamentar de Inquérito.

Em 1995, o grupo Paralamas do Sucesso foi impedido, por decisão de liminar obtida na Justiça por um membro da Câmara dos Deputados, de cantar num show na Academia o rock Luiz Inácio (300 Picaretas), uma alusão à frase do petista que dizia que o Congresso abrigava “uns 300 picaretas”. A Polícia Federal chegou a abrir inquérito contra os Paralamas, acusados de crime contra a honra.

Mas, dois anos depois, a realidade política os ajudou a obter absolvição. Também foi na Academia de Tênis que um grupo de deputados recebeu, em 1997, durante o governo de FHC, maletas de dinheiro para votar em favor da emenda que instituía a reeleição para presidente. O inquérito contra os Paralamas foi arquivado; os deputados renunciaram para evitar a cassação e foram processados por venderem seus votos.

Se Luiz Inácio estava certo na década de 90, em seu governo os picaretas trocaram a Academia por mansões alugadas, festas privadas com prostitutas e dinheiro sacado em espécie na boca do caixa. Resultou que o processo que investiga o escândalo do mensalão tenha arrolado tão somente quarenta picaretas, e não 300, entre parlamentares e ministros.

Foi na Academia de Tênis que Zélia Cardoso de Mello e sua equipe conceberam, em março de 1990, o Plano Collor, que confiscou o dinheiro no banco de quem tinha acima do equivalente hoje a 6,5 mil reais. Foi num chalé da Academia que Zélia, ministra da Economia, e Bernardo Cabral, da Justiça, casado, deitaram juntos pela primeira vez. O Brasil viria a saber do romance dos dois quando dançaram Besame Mucho, no vizinho Clube das Nações, seis meses mais tarde.

O Plano Collor fracassou, o romance dos ministros naufragou num mar de breguice, e o próprio governo de Collor desabou. Zélia, aos 57 anos, vive há catorze em Nova York. Cabral, 79 anos recém-completados, dedica-se à carreira de consultor, continua casado com dona Zuleide, de 76, aquela que, segundo ele, “é lady até no nome”. Outro dia, brindavam juntos em uma coluna social. A Academia viu de tudo, e de seu contrário também. Merecia estar nos versos de um bolero mexicano.

Plínio Fraga
Plínio Fraga

Jornalista, é autor de Tancredo Neves: O Príncipe Civil (Objetiva)

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