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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2022

esquina

Cardápio rastafári

Coletivo mineiro busca inspiração na religião jamaicana

Nina Rocha | Edição 192, Setembro 2022

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Em um dos pontos mais elevados da vila Nossa Senhora de Fátima, na Zona Sul de Belo Horizonte, banana, alface, mandioca, couve, rúcula, capuchinha e várias outras espécies vegetais crescem sem agrotóxicos ou aditivos químicos. A plantação está na encosta da Serra do Curral, entre a divisa da área de preservação do Parque das Mangabeiras e o Aglomerado da Serra, um dos maiores conjuntos de favelas da América Latina, com mais de 45 mil moradores.

Por trás do cultivo, manejo e colheita das hortaliças, folhas e frutas está um coletivo rastafári que promove a agroecologia e a sustentabilidade na periferia da capital mineira. O Roots Ativa foi fundado em Belo Horizonte em 2006 por seis pessoas que conheceram a cultura rasta a partir do reggae. Uma parte do grupo se dispersou pelo Brasil e quem ficou em Minas Gerais encontrou no Aglomerado da Serra um lugar para viver mais próximo dos princípios rastafári. Originário da Jamaica – tal como o reggae –, o rastafári é um misto de religião e movimento político que, a partir da Bíblia, criou uma crença original que vê o imperador etíope Haile Selassie (1892-1975) como um profeta ou até como a reencarnação de Jesus.

O Roots Ativa conta com quinze membros, a maioria formada por moradores do Aglomerado. Nem todos seguem a mesma religião. “O rastafári é uma cultura africana preta, e, em nossa base de entendimento, queremos contribuir para a comunidade. Nosso trabalho se expande para movimentar quem mora na favela. Somos abertos a toda a comunidade, tanto que a gente realiza diversas atividades abertas”, diz Thiago Lopes de Melo, membro fundador. Essas iniciativas incluem oficinas de ecologia, sustentabilidade, reciclagem, música e produção de cosméticos naturais.

 

A área de 500 m2 na qual o coletivo faz seu cultivo era inóspita para plantios e estava tomada por braquiária e outras vegetações rasteiras do Cerrado. Também sofria com os frequentes incêndios que atingem a Serra do Curral e o Parque das Mangabeiras em períodos de seca. Junto a outras comunidades do local, o Roots Ativa buscou aprender técnicas de contenção de fogo. E, graças ao manejo das intempéries climáticas e à aplicação de princípios da permacultura (que visa suprir as necessidades de uma comunidade de forma sustentável), a mata nativa foi aos poucos dando espaço para outras espécies. O plantio começou há cinco anos com uma horta simples, de alface e tomate. Com a regeneração gradual, foram plantadas árvores frutíferas, vegetais, legumes, raízes e ervas medicinais.

 

A sustentabilidade e o modo de vida o mais natural possível são incentivados pela cultura rastafári. “O orgânico e o agroecológico têm muito a ver com a nossa cultura de respeito à comida”, diz Lopes de Melo. Ele diz que a alimentação I-tal – feita segundo os princípios rasta – é uma forma de tomar consciência do “eu vital” proporcionado pela comida. “I-tal é uma maneira africana de dizer alimentação saudável”, explica. “No entendimento rastafári, seu corpo é seu templo, e você deve escolher o que come e trabalhar melhor a sua saúde.”

Alimentos ultraprocessados e produtos com corantes e conservantes são evitados. Na cozinha rasta, o hambúrguer de lentilha entra no lugar daquele feito com carne, o pastel de frango é substituído pelo pastel integral de palmito com leite de coco, enquanto as tapiocas são coloridas com açafrão e beterraba, tudo baseado na alimentação vegetariana. “As pessoas acham que é muito difícil ter comidas saudáveis, muito caro, mas propomos a comercialização justamente para ajudar na alimentação”, afirma Lopes de Melo.

 

Esses fundamentos são postos em prática em uma cozinha criativa e comunitária no Aglomerado, organizada majoritariamente por mulheres que preparam receitas criadas pelo próprio coletivo. De lá saem os quitutes que são vendidos em feiras orgânicas, festivais e por encomenda, e garantem em parte a sustentabilidade do Roots Ativa. A cozinha gera empregos e faz circular a renda dentro da própria comunidade.

 

Outra parte da plantação do Roots Ativa é feita no Núcleo Lixo Zero, no bairro de Santa Tereza, a menos de 5 km do Aglomerado, em parceria com a Coopesol Leste, cooperativa de reciclagem. Enquanto a Coopesol Leste maneja resíduos sólidos, o Roots Ativa oferece a moradores de Santa Tereza um serviço já testado antes no Aglomerado da Serra: o recolhimento dos resíduos orgânicos das residências para transformá-los em adubo. O programa de compostagem da Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte inclui apenas os resíduos gerados em supermercados e feiras.

O material fertilizante é usado nas hortas do coletivo na favela e vendido para subsidiar as despesas do Núcleo Lixo Zero. Atualmente, cerca de cem famílias de Santa Tereza pagam uma taxa mensal de 53 reais para participar da iniciativa, com direito a descontos nos produtos comercializados pelo coletivo.

 

Viveiro de mudas, plantas medicinais, tratamento de resíduos orgânicos, reciclagem, venda de alimentos integrais e caseiros em feiras orgânicas: pode parecer que essas várias iniciativas abrem uma frente ampla demais para um pequeno coletivo executar sozinho ou mesmo com parcerias na periferia de uma das grandes capitais do país. Mas Lopes de Melo acredita que tudo isso conflui para o compromisso dos rastafáris com o ambiente e com as pessoas. “Nós e a natureza somos uma coisa só. Não tem separação. Até quem não acredita nisso, faz parte. A gente apresenta as alternativas.”

Nina Rocha

Jornalista e escritora, publicou o livro de poemas Em Obras (Urutau) e a coletânea de contos Papéis (edição da autora)

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