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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2009

esquina

Coelhinho, se eu fosse como tu

Processava a Globo, a Som Livre e o...

Cristina Tardáguila | Edição 40, Janeiro 2010

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No dia 20 de janeiro de 2009, enquanto o ator Rodrigo Lombardi estimulava a plateia do programa Vídeo Show a rebolar ao som da música tema da novela Caminho das Índias, uma enigmática tarja preta cobriu a parte inferior da tela. Durante oito segundos, leu-se em branco: “Esclarecimento: a música O coelhinho é de autoria de Duhilia Frazão Guimarães Madeira.” Ninguém entendeu nada.

No dia 21 de janeiro, quando o Big Brother Brasil 9 ainda batia recordes sucessivos de audiência, a misteriosa informação voltou ao ar. No mesmo lugar, com o mesmo conteúdo e sem qualquer explicação adicional.

No dia 24 de janeiro e no sábado seguinte – ainda a anos-luz da Páscoa daquele ano –, a tarja preta tapou os últimos segundos do programa Zorra Total. Em nenhum de seus quadros humorísticos, no entanto, um coelho havia sido motivo de troça, o que bastou para que o assunto fervilhasse na internet. Nos blogs e chats relacionados à tevê, perguntava-se desesperadamente: que diabos era O coelhinho e quem seria essa tal Duhilia Madeira?

 

Em seu apartamento na Zona Sul do Rio, a administradora Cristina Madeira – filha de Duhilia – ainda se delicia com a confusão. Sentada próxima ao piano que costumava ser usado pela mãe, explica: “A Globo reincidiu no crime três vezes. Usou O coelhinho nesses três programas sem dar o crédito à mamãe nem pagar nossos direitos autorais. Foi condenada.”

A música em questão, que fala de um coelho “de olhos vermelhos e pelo branquinho”, foi composta em 1944 por Duhilia Madeira, professora de canto orfeônico e assistente de regência de Villa-Lobos. Segundo registros feitos de próprio punho pela compositora, foi executada pela primeira vez em público em 1948, no Jardim de Infância Maria Guilhermina, em Niterói, onde dava aula.

Duhilia faleceu em 2003, e os direitos da música foram parar nas mãos de Cristina e mais oito familiares. Como uma canção só cai em domínio público sete décadas após a morte do compositor, a família Madeira continuará recebendo os royalties do Coelhinho pelas próximas 64 páscoas. Ou seja: ou a Globo paga os direitos, ou inventa outra música para usar até 2073.

 

 

A família Madeira percebeu o potencial da música no fim dos anos 80. “Nós entramos em casa, ligamos a televisão – que ainda era em preto e branco – e vimos o Carlos Imperial rodeado de coelhinhas sexies, cantando a música da mamãe em ritmo de pilantragem”, lembra-se Cristina. “Papai gritou na hora: ‘Que absurdo!’ E nós processamos o produtor musical.”

A ação se estendeu por anos a fio; Carlos Imperial só foi condenado depois de morto. A família do apresentador tentou fechar um acordo usando o espólio dele – opção rejeitada pelos Madeira. “Nos ofereceram uns terrenos, mas papai queria dinheiro”, disse Cristina, espalhando sobre uma mesa a pasta cinza que guarda o arquivo da família. Em 1992, a ação teve um desfecho honroso, com o pagamento de valor equivalente a 92 mil reais. Dona Duhilia e seu esposo, o advogado e sociólogo Marcos Madeira, sexto ocupante da cadeira 19 na Academia Brasileira de Letras, comemoraram.

Dez anos mais tarde, quando a mãe de O coelhinho já havia sofrido dois acidentes cardiovasculares, a Som Livre pôs no mercado o disco Xuxa Só para Baixinhos 2. O sucesso foi tanto que arrebanhou o Grammy Latino de Melhor Álbum Infantil daquele ano. “Era um kit com CD e DVD”, conta Cristina. “E em nenhum dos dois aparecia o nome de mamãe.”

 

Acionada, a gravadora Som Livre retirou o material de circulação até costurar com os Madeira um acordo que permitisse recolocar o disco no mercado ainda no Natal daquele ano.

Com o valor acordado, cifra que a família não divulga, Cristina conseguiu sanar o rombo deixado pelos cinco meses de internação de sua mãe em um centro de tratamento intensivo, além de equilibrar as próprias contas por um tempo. À época, estava desempregada. O coelhinho salvou a família da bancarrota.

Fazendo um cálculo por alto, Cristina arrisca dizer que se vencer definitivamente a última queda de braço judicial com a TV Globo – a tarja preta dos três programas foi apenas uma parte da condenação – O coelhinho terá rendido aos Madeira meio milhão de reais. “Nada mal”, completa.

Em 2010, planeja realizar um rastreamento virtual em busca de outros usos indevidos – e indébitos – da composição infantil de sua mãe. Fareja que o mercado de ringtones – os famigerados toques para celular – e de vídeos para o YouTube pode ser lucrativo. “Só precisamos de alguém que saiba e tenha tempo para fazer isso”, informa.

Cristina Tardáguila
Cristina Tardáguila

Cristina Tardáguila é diretora da Agência Lupa e autora do livro A arte do descaso (Intrínseca)

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