Doce veneno: hoje, 20% das calorias ingeridas todo dia pelos brasileiros vêm de ultraprocessados, e a obesidade já atinge um quarto da população do país, número que cresce ano após ano CRÉDITO: VITO QUINTANS_2024
De salgadinhos e refrigerantes
Como a indústria tem atuado na reforma tributária para baratear os produtos ultraprocessados
Marcello Fragano Baird | Edição 219, Dezembro 2024
Em 31 de outubro passado, o Senado Federal promoveu uma audiência pública para debater regimes diferenciados na reforma tributária, como o da cesta básica, que terá alíquota zero. A questão de fundo era discutir se os alimentos naturais e minimamente processados seriam privilegiados na mudança e, ainda, se os produtos ultraprocessados, como salgadinhos, bolachas e refrigerantes, passariam a pagar mais tributos.
Ao ser convidado a falar, o presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), João Dornellas, disparou: “Os grupos […] que fazem pressão aqui no Congresso deviam falar com o consumidor: ‘Consumidor, eu estou fazendo um trabalho árduo, árduo, gastando dinheiro no Congresso, pra que você pague mais caro toda vez que você quiser comer uma linguiça, uma salsicha, um sorvete, um pão de forma, um cereal matinal.’ Porque é isso que vai acontecer se houver qualquer tipo de aumento de imposto sobre qualquer tipo de alimento, o consumidor [é] que paga.”
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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