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A guardiã

    Ana Maria Gonçalves na mostra Um defeito de cor, em São Paulo: enquanto escreve, ela costuma ouvir gravações de dois ruídos que acha apaziguadores, o da chuva e o das máquinas de costura CRÉDITO: TAMARA DOS SANTOS_2024

anais da literatura

A guardiã

Como Ana Maria Gonçalves escreveu Um defeito de cor e por que o romance se tornou um clássico

Armando Antenore | Edição 215, Agosto 2024

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Quem procurar comentários ou posts da escritora mineira Ana Maria Gonçalves em qualquer rede social vai quebrar a cara. Ela nunca frequentou o X, o Instagram ou o TikTok. Já flanou pelo Facebook, mas o abandonou em maio de 2010. Tampouco cedeu às seduções do WhatsApp, Telegram ou Messenger. “Todo mundo diz que as mídias sociais geram ansiedade e tiram a concentração. Vou entrar no inferno para quê?”, justifica.

A autora do romance Um defeito de cor – clássico da literatura brasileira sobre a escravidão – até possui celular, só que costuma esquecê-lo desligado e nem sempre o leva à rua. Por incrível que pareça, continua gostando de aparelhos fixos. Daí não abdicar da linha telefônica que serve o apartamento de 90 m² onde mora sozinha, no bairro paulistano da Pompeia. Embora disponha de e-mail, dificilmente responde com rapidez às solicitações que fãs, jornalistas, estudantes e organizadores de feiras literárias lhe mandam sem trégua. “Sou uma ermitã digital”, resume. Mesmo assim, em 18 de julho de 2023, enquanto se encontrava com um grupo de leitores no Rio de Janeiro, empregou uma gíria muito apreciada por influencers: “Zerei a vida, gente!”

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Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz

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