minha conta a revista fazer logout faça seu login assinaturas a revista
piauí jogos

    Ramyria Santiago, na loja que teve que fechar logo depois desta foto: “Todo mundo tem medo do Guilherme [Oliveira]. Parei de publicar reportagens sobre ele porque me vi sem saída” CRÉDITO: SÉRGIO LIMA_2023

anais do cala-boca

“Tudo aqui é padrão”

Como funciona o assédio judicial contra jornalistas no Brasil

Allan de Abreu | Edição 211, Abril 2024

A+ A- A

Ramyria Santiago comeu o pão que o diabo amassou – e chegou aonde queria. Órfã de mãe aos 6 anos, criada pela avó, cresceu cercada por dificuldades, estudou menos do que gostaria e, aos 19 anos, já estava colocando a voz na Rádio Riacho Água Fria, o primeiro passo do sonho de ser jornalista. Logo em seguida, em abril de 2011, aos 23 anos, tomou a decisão que a tornaria uma figura conhecida em Codó, sua cidade no interior do Maranhão: abriu o Blog da Ramyria Santiago, também conhecido como “Blog rosa” por causa da cor predominante do layout da página na internet. Em um dia comum, trabalha pela manhã na afiliada da Rede TV!, e à tarde opera o seu blog.

“Nele, eu abordo notícias que não consigo dizer na tevê, principalmente as policiais. Eu adoro correr atrás de uma ocorrência policial”, diz a jornalista. “O blog é o meu lugar de fala, de uma mulher preta que tem orgulho de ser quem é, apesar de todo o machismo e o preconceito, que ainda são fortes por aqui.” Ramyria Santiago sofreu ameaças e processos, em um estado tradicionalmente hostil ao jornalismo – na última década, três jornalistas blogueiros foram assassinados no Maranhão. Em razão de um texto sobre um jovem acusado de estupro, teve de se esconder no prédio da tevê para fugir da agressão de familiares do rapaz. Já fez matéria sobre um homicida, e recebeu ameaças por WhatsApp, por meio de uma ligação feita diretamente do presídio.

Já é assinante? Clique aqui Só para assinantes piauí

Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz

ASSINE