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A Big Sister do pop

    Galeria de mitos: a partir do assassinato de John Lennon, em 1980, começaria a pairar sobre a cabeça de cada ídolo a ameaça: “Cuidado, você pode estar sob a mira de um fã” CRÉDITO: KLEBER SALES_2024

anais da idolatria

A Big Sister do pop

Culto a Taylor Swift é uma versão distópica das venerações musicais ao longo da história

Roberto Muggiati | Edição 209, Fevereiro 2024

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As novas gerações, batizadas com as letras terminais do alfabeto – X, nascidos entre 1965 e 1981; Y, ou millennials, nascidos entre 1982 e 1996; e Z, nascidos entre 1997 e 2012 – cresceram na era da internet embaladas pelas redes sociais e todas as suas sequelas. Para a maioria, a compreensão do mundo se tornou praticamente impossível, a mera apreensão da realidade uma tarefa difícil. Muitos vacilam até antes de clicar na opção “não sou um robô”. Ingressamos em tempos distópicos. Conceituando: distopia, segundo o dicionário, é um lugar ou estado imaginário em que o indivíduo vive em condições de extrema opressão, desespero ou totalitarismo.

O clássico da distopia é 1984, o livro de George Orwell, publicado em 1949. Nele, a figura de um irmão mais velho, o Big Brother, vigia e controla 24 horas por dia a vida de cada cidadão, do qual exige total submissão às regras repressivas do Estado. Até o pensamento é policiado, na maneira de se expressar de cada indivíduo, que deve aderir ao newspeak – a novilíngua. Em 1999, a televisão holandesa criou um reality show inspirado no mundo distópico de Orwell. O sucesso foi tão grande que tevês do mundo inteiro compraram o formato. O Big Brother Brasil começou em 2002 e logo se tornou um dos campeões de audiência da Rede Globo. Outro dado sintomático da adesão à distopia: nos anos da pandemia no Brasil, os livros 1984 e A revolução dos bichos, também de Orwell, ocuparam as listas dos mais vendidos, muitas vezes em primeiro lugar.

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